PARTE I - O PROBLEMA
Fig. 1 - Duas mulheres usando burqa, em Lisboa (segundo a piada de Boris Jonhson)
Já não vinha aqui há uns tempos, mas um texto de opinião de Francisco Mendes da Silva no Público deu-me vontade de escrever num blog. Sim, eu estou em 2025 a escrever num blog... As redes sociais estão um pandemónio e eu só quero escrever parvoíce sem ninguém me chatear. Vamos lá ver se é o caso, ou se acabo por trazer os blogs de novo para a ordem do dia, por não trazerem a desordem do dia. Mas basta de engonhar, vamos diretos ao assunto: a proibição da Burqua em Portugal só peca por tardia. Pena é que as forças democráticas portuguesas tenham dado esta iniciativa de bandeja ao Chega, que de respeito pelas mulheres tem apresentado muito pouco.
Só para despachar a parte chata do assunto, um dos argumentos mais fortes de quem é contra a proibição é obviamente o isolamento a que estas mulheres ficarão sujeitas: não podendo circular de burqa na via pública, os pais, maridos e outros familiares estruturalmente machistas forçarão o seu confinamento. É fácil de ver. O que é difícil é associar a burqa a um parque de campismo naturista alemão.
PARTE II - A SOLUÇÃO
(por acaso é espanhol, as imagens dos parques alemães tinham rabos de qualidade muitíssimo inferior e por isso usei esta imagem)
A minha metáfora é simples, eu sinto que Portugal é para a minoria árabe extremista uma espécie de parque de campismo naturista para mim: deve ser muito diferente daquilo a que estou habituado, há provavelmente diversões exóticas muito aliciantes que desconheço e sei que vou ter de certeza dificuldades de integração. Mas vamos supôr que me ofereciam uma oportunidade de trabalho irrecusável e eu queria mesmo ir viver para o parque de campismo naturista e levar a minha mulher comigo. Há um pequeno problema: da aldeia de onde venho, ninguém liga muito se eu andar em tronco nú, mas chateiam a minha mulher se o fizer (depois de a apreciarem devidamente, claro), o que me dá logo uma vantagem inicial: quem tira a parte de cima, tira a parte de baixo e siga para o camping.
(continua...)

