Ontem a cheguei ao trabalho a pedalar em cima do passeio, dado que estava a 30 metros da porta. Devo admitir que cometo este hediondo crime diariamente: ando no passeio de bicicleta. Devagarinho. Mas sou uma besta, não tenho descupa. Às vezes é chato porque além de me desviar dos peões, tenho que me desviar dos carros que lá estão estacionados e tudo.
Passei devagar, mas perto o suficiente de uma rapariga para ela comentar com o colega "Odeio bicicletas!".
Ora eu já admiti que errei. Erro todos os dias, aliás. Mas odiar bicicletas? Isso é como odiar painéis solares, que podem ser feios se colocados no quintal, mas são amigos do ambiente. Ou como odiar o Júlio Isidro, que já tinha nascido quando alguém inventou a bicicleta (aliás deve ter sido ele quem levou a invenção ao Zip Zip e a tornou conhecida). E o Júlio Isidro também nem sequer polui assim muito.
Odeiem-me antes a mim. O problema não são os meios de transporte, são as pessoas. O facto de não se colocarem na "pele" do outro é que gera o desrespeito, as ameaças e até o ódio. Já ouvi pessoas a acusarem ciclistas de que não deviam andar na estrada porque não pagam IUC! Eu pago dois IUC's, nisso estou na boa.
Ando na cidade de carro, de mota, de bicicleta, de trotineta, e a pé. E nisso sou sempre coerente: sou sempre uma besta.
Sou aquele gajo que a pé passa fora da passadeira, de trotineta anda na estrada, que de bicicleta passa alguns vermelhos, que de mota estaciona no passeio e que de carro... sou igual a todos vocês. Uma besta.
Ando na cidade de carro, de mota, de bicicleta, de trotineta, e a pé. E nisso sou sempre coerente: sou sempre uma besta.
Sou aquele gajo que a pé passa fora da passadeira, de trotineta anda na estrada, que de bicicleta passa alguns vermelhos, que de mota estaciona no passeio e que de carro... sou igual a todos vocês. Uma besta.