2007-11-30

Sexta-Feira da Libertação da Fornalha de Fogo

Vinha eu da faculdade, sentado no banco do Metro, cansado depois de um dia de trabalho, quando vejo a luz:



A luz não, a fornalha de fogo... No banco em frente, com a solução para todos os problemas e mais alguns. Ao momento, não tinha grandes problemas, mas resolvi ficar com o folheto caso venha a ter o Lar Destruído, ou venha a padeçer de Olho Grande, ou mesmo de Bloqueio Total.

Depois de analisar atentamente o precioso folheto, cheguei à conclusão de que preciso mesmo de ajuda, pois sofro de um dos males: Audição de Vozes. Não sabia que era um problema, mas comecei a reparar que ouvia vozes, especialmente as das pessoas que iam no metro a falar umas com as outras. Mas fiquei mais calmo quando notei que o horário para resolver maleitas é bastante alargado:

- Às 7 da matina, logo pela fresca;
- Às 10h;
- Às 12h, para quem gosta de almoçar ao mesmo tempo que se livra de Desejo de Suicídio;
- Às 15h, para que a digestão seja mais fácil após a libertação de Visão de Vultos;
- Às 19.30h, para não sofrer de Desemprego, após sair do trabalho.

Incrível é o sentido prático: "marque com um X os seus inimigos para serem destruídos na Fornalha de Fogo" - Impecável. O único problema é que a minha caneta azul não escrevia no papel preto brilhante, e mesmo que escrevesse, não se via. Achei que devia ser obra de um dos meus inimigos, e não fui nessa.

E o mais fixe é que caso precisasse mesmo, ainda ia a tempo de me libertar da Fornalha de Fogo: eram 19h e eu ia a chegar à estação do Campo Grande, e daí até à Alameda era um saltinho. Ainda pensei em passar lá para eles me examinarem, porque aquilo do Olho Grande fez-me espécie... É que eu realmente ando com um olho meio esbugalhado e às tantas foi um dos inimigos de Sadraque, Mesaque e Abede-Negro que me rogou um torçolho.

2007-11-29

Quase andei à porrada com um Hare Krishna



É estúpido mas é verdade. Na semana passada, estava eu descansadinho a despachar uns mails no escritório quando  alguém me arromba a porta (que apesar de estar no trinco, abre, se for empurrada com força) e entra pela sala dentro, com um ar esgazeado. Fico meio parvo a olhar durante uns segundos, levanto-me da secretária e vou direito ao Hare Krishna para lhe mandar uma cabeçada à Cais-Sodré, mas antes digo-lhe "ouça lá, que é isto? - você não pode entrar aqui assim..."
O gajo mostra uma cena que tinha na mão e diz, com um ar completamente alucinado "Mas você sabe o que é que eu trago aqui?" - eu olho e digo "isso são pacotes de incenso, e você vai ter que se por na rua porque não pode andar a arrombar as portas para os vender", e ele "ah, está bem..."

E foi embora tão depressa como chegou...

Juro que nunca nenhum Hare Krishna esteve tão perto de levar uma arrochada... E eu nem gosto de faltar ao respeito lá ao Buda ou o que é...

Olhe, desculpe, queria tabaco para cachimbo de água



Ofereceram um cachimbo turco (narguilé) a um amigo meu, mas não lhe ofereceram o "conduto"... Então resolvi ser amiguinho e ir com ele procurar tabaco com sabor a maçã a uma loja de produtos árabes que conheço. Como ele trabalha num banco, todos os dias está vestido para ir a casamentos, ou seja, ia de fato e gravata, a destoar com o meu ar de sem-abrigo. Entramos na loja, e inicia-se um diálogo mítico:

Eu: Boa tarde, tem tabaco para cachimbo de água?
Dono da loja: Não, não... Errrrr... Não vendemos tabaco...
Eu: (notando um visível nervosismo no homem) Ah, ok... Mas então o que é isto? (enquanto apontava para uma pilha de uns 8 volumes de tabaco onde se podia ler em letras garrafais "APPLE TOBACCO")
Dono da loja: Ah... Isto é para decoração...(enquanto dizia isto, olhava para nós com apreensão e a tentar controlar os nervos) ...Errr... Isto é só para enfeitar... Não vendemos tabaco, não.
Eu: Oh... Ok... Obrigado... E ao saírmos, digo "eh meu, é que eu já comprei aqui deste tabaco... não percebo..."

Enquanto descíamos as escadas de volta para a rua, vemos o homem sorrateiramente (e estupidamente visível) a tentar ouvir a nossa conversa. Aí, vira-se o Ricardo e diz: "Tu queres ver que era por eu vir de fato?"
(Fez-se luz...!)
Eu: É isso, o gajo pensava que isto era uma busca da ASAE... Ele deve ser obrigado a ter licença de venda, por ser tabaco...

- Nunca mais vou procurar tabaco turco com um gajo engravatado ao meu lado. Dá muita cana.

2007-11-27

Bojardas Avulsas II



Quem é que usa a palavra peugada? Quem é que segue as peugadas de alguém? - É estranho alguém seguir as peugadas de um ladrão, não é? A não ser que ele tenha fugido de peúgas pela floresta fora... E isso dói.

2007-11-20

Catchumbe



Convidámos um Shôtôr Especialista para uma entrevista sobre aquele que já foi o mais importante tema de discussão:

As Bolas de Catchumbe.

Grilus Falantis: Shôtôr, o que é o Catchumbe?
Shôtôr: O Catchumbe vem do latim CATCHUMBAMUS e é por isso que ainda hoje em qualquer tasco do país, quando alguém se enerva, não é raro ouvir-se gritar "Oh pá, catchumba-mos!".
Grilus Falantis: Muito bonito. Mas o que é de facto o Catchumbe?
Shôtôr: Os nossos antepassados começaram por fazer bolas de latão e isso era estúpido. E vai daí que alguém roça acidentalmente duas panelas e surge o Catchumbe.
Grilus Falantis: Qual é o aspecto e composição química dessa maravilha?
Shôtôr: Alguém que já tenha dado dois pontapés numa bola já teve a felicidade na sua vida de vislumbrar a parte cinzenta que surge após estar gasto o couro da bola. E isso, meus amiguinhos, é o que os franceses chamam de "Le Catchoumbe". A composição química deste mítico material são duas moléculas de CAT (CAT2) e 44 moléculas de chumbo (Pb44) decorrentes da reação ácido-base gerada à base de pontapé. É por isso que alguns estudiosos denominam este material de "Catechumbo", com O.
A eles, guardo-lhes rancor.
Grilus Falantis: Muito bem. Mas e porque é que este material não é usado no fabrico de outros objectos que não bolas de futebol?
Shôtôr: Tá parvo?
Grilus Falantis: Sim. Mas prossiga, por favor.
Shôtôr: A última vez que se ouviu alguém considerar tal alarvidade foi no Paquistão em 1966, devido à febre do Mundial de Futebol e à escassez de porcelana. Al-Gain, até então professor da Universidade Católica de Islamabad, intentou o uso de Catechumbe no fabrico de um pires de café, o que obviamente resultou na perda de metade de sua cabeça na primeira explosão captada pelo Sputnik do espaço. O professor Al-Gain lecciona presentemente na Universidade Independente.
Grilus Falantis: E como devemos manusear este material?
Shôtôr: Num material tão instável só se pode mexer delicadamente à cabeçada e à biqueirada, daí apenas serem possíveis dois usos para o Catechumbe: Bolas de Futebol de Onze, e Bolas de Futebol de Salão. Naturalmente.
Grilus Falantis: Discordo. E o material dentro das bolas de ténis, não é Catechumbe, shôtôr?
Shôtôr: Largue a mão de ser besta, meu caro. Prossigamos.
Grilus Falantis: Bem... Vamos lá avançar com isto antes que lhe aplique uma cabeçada à Cais do Sodré... Como podemos discernir entre uma bola de Catechumbe e uma imitação?
Shôtôr: Ainda bem que me coloca essa questão. Em primeira instância, em ambiente controlado devemo-nos certificar que ambas são bolas.
Grilus Falantis: E como faz isso, Doutor?
Shôtôr: Primeiramente vemos se uma coisa é uma bola e depois se a outra coisa também é uma bola.
Grilus Falantis: Brilhante!
Shôtôr: Posto isto, deixamos passar 6 horas e observamos de novo. Se continuarem a ser duas bolas então passamos ao estágio seguinte, que consiste em agarrar as ditas e com o ouvido encostado, exercer pressão na bola sem qualquer objectivo aparente.
Grilus Falantis: Muito bem. E depois?
Shôtôr: Posteriormente, bate-se com a bola no chão três vezes encostando-se de novo ao ouvido na expectativa de ouvir um som qualquer, o que acontece frequentemente, seja ela de Catechumbe ou não. Esta operação deve ser repetida intercalada com um "patardo" contra uma parede, avaliando-se de novo o som. Daí, e partindo de uma intuição obscura, deve dizer-se, seguro de si: "isto é de Catchumbe."
Grilus Falantis: Notável... Quer aventar uma explicação para o triste facto de o conceito "Catechumbe" ser transversalmente esquecido por quem tem mais de 14 anos?
Shôtôr: É de facto uma realidade que não podemos escamotear. As razões são algo complexas, e debati-me com elas durante 5 anos e meio, isolado nas montanhas de Freixo de Espada-à-Cinta. Desse esforço resultou esta hemorroidal que não me deixa sentar, e a minha tese de mestrado: "Sexo, Drogas e Catchumbe".
Grilus Falantis: Doutor, estou farto de o ouvir. Voltamos a falar quando eu estiver outra vez bêbedo e me tiver esquecido de convidar alguém para a entrevista. Muito obrigado.
Shôtôr: Pois bem.
Shôtôr: De acordo. Compreendo. Mas... se isto era uma entrevista porque é que tirei as cuecas?

2007-11-16

Moto-Ratos do Campo


Já há uns tempos tinha aqui falado da importância das motorizadas de 50 cc na História Contemporânea do Chamado Portugal Profundo, mas hoje voltei a ter a nostalgia do som de "bater de panelas" daquelas motas do demo.

Hoje venho falar-vos da problemática de "kitar" uma cinquenta e dos seus derivados.

- É já bem sabido que o barulho destas motas não é proporcional à sua rapidez. Uma 50 cc anda no máximo a 100 Km/h e como é óbvio, a alma de campeão das duas rodas do matarruano pede algo mais. Para resolver isto, grunho que é grunho "kita" a sua mota. Ora o que é isto de "kitar"? Consiste em modificar o motor, instalando um "kit" que aumenta a cilindrada e potência para 75 cc ou 80 cc , passando a caranguejola a andar a 120, 130 ou a 140 km/h. Estes "kits" - específicos para cada marca - vêm numa caixinha que não tem livro de instruções nem de contra-indicações, no entanto qualquer labrego sabe - empiricamente, claro - que corre o risco de "colar" a mota. Já lá vamos...

Primeiro, um exemplo prático:

Zé, um eterno insatisfeito com a prestação da sua Sachs Fuego, ouve dizer no café que a mota dele é das melhores para ser "kitada", porque fica "a bombar comó caraças".


Posto isto, arranja um trabalho aos fins de semana, para juntar os 50 contos. Assim que o consegue, monta-se na Sachs Fuego, vai até à oficina e diz "É hoje, cáralhos ma fodam!". O mecânico, ouvindo tão divinas palavras e sem mais perguntas, vai ao armazém buscar uma caixinha de cartão com o poderoso e impressionante "kit". Para comemorar o acontecimento, Zé vai adquirir 16 minis para beberem os dois enquanto a máquina é "kitada".

Passadas 2 horas, o mecânico "dá ao Kick" e... a mota não pega. Mais umas afinações e tenta de novo e ouve-se um profundo...: Trrrrrétééététeé-té-trrré, muito mais forte do que antes. "Está pronta", diz o mecânico orgulhoso, "Vai lá «acelarar» a ver se ela anda como deve ser". Zé, radiante, enfia o "penico" na cabeça, arreganha a fateixa (ri-se, mostrando os seus bonitos dentes. Mesmo lindos, tanto um como o outro.), mete um cigarro ao canto da boca, e arranca a "sacar cavalo" e espalha-se logo ali à frente da oficina. - "Eh cáralho!!! Tá cá c'uma força... até dá coices, a mula!!!".
Levanta a mota do chão e lá vai pelos caminhos de terra batida fora, durante uns bons 20 minutos, sem nunca deixar de se ouvir o ronco do motor, mesmo a 5 km de distância.

Eis que volta, com o capacete a descair para a nuca, de tanta velocidade, e a beata do cigarro apagada, mas ainda ao canto da boca: "Bateu os 130 km/h, pá! - encostou o conta-quilómetros ao fundo!". Paga a dívida e mais umas 20 minis e vai dar umas voltas. Resolve voltar à oficina e por uma "panela e uma ponteira de rendimento", para ver se chega aos 140 km/h. Coisa rápida. Passadas as 20 mini sagres, Zé volta para casa, ao volante da sua poderosa máquina.

"Qual é a graça disto?", perguntam vocês. E em boa hora o fazem. A graça disto ainda está por vir: passado um mês, a tragédia:

Zé espeta-se contra uma oliveira na recta do campo da bola. Fica todo partido, coisa que obviamente não o impede de ir ao café ver o Benfica, ainda com as calças rotas do acidente rodoviário. Aproxima-se um nobre grunho e manda o bitáite: "Atão Zé, a mota andava demais para as tuas unhas?". Zé, triste, de mini sagres na mão e sem tirar os olhos da televisão responde "Colou, pá...", ao que o amigo exclama "Colou!!!? - iiih, como é que foi isso?" "Ia a 140 à hora ali na recta do campo da bola e o motor colou... Não tive hipótese... E olha, o que me valeu foi a oliveira, senão ia ter à ribeira e batia com os cornos na azenha do Ti Manel"

Analisemos então o chamado "colanço":

Pois é, nem tudo é perfeito... Todas as motas kitadas de que tenho memória acabaram sempre por "colar", ou seja, o motor aquece tanto que derrete e "cola", bloqueando imediatamente a roda de trás, o que geralmente acontece à velocidade máxima. A pergunta que se impõe é: se toda a gente sabe disto, porque é que continuam a "kitar" as motas? Será pela adrenalina de nunca saberem bem quando é que vai colar? Porque vai.

Além dos "kits", existe ainda uma outra maneira de por uma mota a bombar, bastante usada nas "competições" caseiras, onde se aposta uma grade de minis: pôr bolas de naftalina "na mistura", ou seja, na gasolina. Isto consegue ser ainda mais estúpido do que a solução anterior: bem mais económica a curto prazo, esta "experiência científica" dá resultados imediatos, fazendo a mota "voar baixinho" durante... uns 10km... Depois pára. Para sempre... Mas ganha-se a grade de minis. E desengane-se quem pensa que estes tipos são os burros da aldeia, esses são outros, aqueles que caem na conversa de "experimenta a pôr areia na mistura, pá, vais ver a mota a bombar".

...Ou aquele gajo de Bragança (que apareceu no Telejornal) que há três anos atrás, numa noite escura, depois de atestar o depósito resolveu verificar se este estava realmente cheio, e para isso acendeu um isqueiro... E pela explosão, viu ele e toda a gente das redondezas que o depósito estava efectivamente cheio. Por incrível que pareça, ficou apenas com queimaduras ligeiras...

2007-11-14

A Bicha do Demónio


Não, desta vez não se trata de José Castelo Branco, mas também não anda muito longe. Descobri no Youtube uma série de vídeos de alguém que se intitula de ForeverNotYours, e fez uma versão abichanada do Senhor dos Anéis. Vejam, que é lindo:

Gandalf Vs Bicha

Gandalf e a Prima da Bicha do Demónio

A Bicha do Demónio 3: A Queda de Lídia

A Bicha do Demónio 4: A Filha sai do Armário

A Bicha do Demónio 5: O Funeral da Bicha

A Bicha do Demónio 6: A Última das Bichas do Demónio

A Bicha do Demónio 7: P.P. A Nova Ameaça

2007-11-12

José Castelo Branco vai fazer um lifting...


...ao seu cão Óscar...

- É triste mas é verdade. O Rei da bichice portuguesa abichanou ainda mais um pouco. Desta vez quem se lixou foi o cão. Depois de recauchutar a pobre Lady Betty e de traumatizar o filho para todo o sempre, aponta agora baterias para o cão, que em abono da verdade já as merecia... O cão deve ter passado belos momentos a ver as cenas estúpidas que se passam naquela casa, e a gozar com toda a gente, mas agora tramou-se mesmo:

Segundo "O Condji", o canídeo sofre de uma terrível sina: tem remelas. E como ele odeia ver o cão com os olhos assim, resolveu fazer um lifting às pálpebras do pobre do bicho... Limpar os olhos ao animal está fora de questão, mas fazer-lhe um lifting, claro que sim. Nem todos os cães têm sorte....

2007-11-06

It's Alive III: Island of the Alive



Este filme americano de classe B é para mim a melhor comédia de sempre, apesar de ser um filme de terror (mais precisamente um terror de filme...). Passou na semana passada na RTP1, às tantas da madrugada, e a verdade é que foi do melhor que já vi no domínio dos filmes extremamente maus (leia-se mal escritos, mal produzidos, mal realizados, mal filmados, etc, etc.). Isto porque de tão mau, dá a volta e passa a genial. Fica aqui um cheirinho do que perderam:

- Só pelo título já podem ver o calibre deste bojarda de classe B: "Está Vivo III: Ilha do Está Vivo"

Como não vi os dois filmes anteriores desta triologia (mas juro que vou comprar a triologia nem que seja a última coisa que faça na vida) só posso falar do filme que a completa. É de 1987, escrito e realizado pelo conhecido Larry Cohen (é conhecido pelos pais, tios e por alguns vizinhos), um mago da estupidez e do non-sense genuínos.

Começa assim:

Ellen Jarvis, mulher de Stephen Jarvis dá à luz um bébé num carro numa rua qualquer. Um polícia tenta ajudá-la mas por azar foi comido pelo bébé Jarvis... Como isto foi chato, o bébé é levado a tribunal, onde Stephen faz uma emocionada defesa do filho. Começa aqui a bonecada:

O bébé Jarvis, à falta de dinheiro para efeitos especiais, foi construído em plasticina rasca, bem como a jaula e as correntes que o impediam de comer a plateia. Claro está que o gajo quando se irritou, torceu as barras de plasticina e atirou-se ao Juíz... Mas o pai lá o acalmou e o Juíz deliberou que o bébé ia ser enviado para uma ilha deserta (!). E lá foi.

A cena seguinte inclui uns caçadores de monstros (só pelo carácter desportivo da coisa) que chegam à ilha de helicóptero. Eram 2 caçadores, um ajudante e o piloto, que fica inteligentemente no helicóptero. Os outros chegam a uma cascata e um deles olha para a enxurrada de água e diz ao ajudante "olha, vai lá subir por aquela cascata fodida para ver se há lá algum caminho" - e o gajo, como não foi à escola, lá vai de boa vontade sem sequer parar para pensar "hummm... caminhos por cascatas de água de 20 metros?". Obviamente, lixa-se. Vem às reboletas até cá abaixo com um boneco de plasticina agarrado ao pescoço (em abono da verdade, diga-se que era ele que segurava o boneco, para este não cair).

Ora os 2 gajos decidem que está na hora de dar de frosques, mas um é logo morto e o outro fica sem um braço. Este último, foge para o helicóptero, claramente com o braço escondido debaixo da camisola e uma molhanga vermelha a escorrer pela manga a fingir que é sangue. Tudo muito bonito, não fosse o piloto decidir "Hmmm... se calhar vou levantar vôo antes de o maneta entrar, só porque sim", e o tipo fica na ilha. O helicóptero levanta e vai voando, até que o piloto leva uma dentada do bébé no colarinho e o helicóptero explode no ar. Isto levanta duas questões:

1 - Como é que o bébé-monstrengo entra para o helicópero, se este tem as portas fechadas e se vê no momento da descolagem que nada nem niguém entra lá para dentro;

2 - Como é que um helicóptero explode no ar só porque o piloto é abocanhado, e porque é que a explosão - que não se vê directamente - arremessa bocados de estores e caixas de fruta pelos ares...

Não importa.

Passados 5 anos, vamos dar com o pai Jarvis a trabalhar numa sapataria e a mandar bitáites aos clientes que se queixam que os sapatos entortam os pés, porque o governo deixou de subsidiar bébés-monstro (Alive's), uma vez que há 6 meses que não nasce nenhum. Chega à sapataria um gajo da polícia e pergunta se Sephen quer ir à ilha tentar trazer um Alive vivo (um Alive alive, em amaricano), já que ele é o único que consegue acalmar o bicho - dado que um é filho dele.

Depois de receber a sua arma com dardos paralisantes - e de a experimentar no gajo que lha deu - lá embarca com os polícias e vão até à ilha, não sem antes cantarem jingles bem estúpidos durante a viagem. Assim que lá chegam, percebem que algo se passa, porque havia uma máscara de mergulho nova em folha no chão (não interessa bem porquê). Chegam à cascata, vira-se um dos gajos e diz "olha, sinto-me sujo, vou tomar uma banhoca aqui nesta cascata" e os outros "está bem". Ora o gajo é morto por um Alive (que agora cresceu e é do tamanho de um gorila). A seguir o Alive corre atrás de uma tipa que ia com eles, e ela naturalmente foge pela mata. O estranho é que quem ia a fugir era precisamente o gajo que tinha acabado de ser morto e não ela... Um pequenito erro de edição.

Depois de alguma carnificina chega-se à conclusão de que existem 5 Alive's e não apenas um. O pessoal que sobrevive foge para o barco, mas quando lá entram reparam que os Alives também embarcaram, e que já mataram o resto da tripulação. O único que acaba por sobreviver é Stephen, que é protegido pelo filho-monstro, que de uma maneira muito ternurenta lhe dá uma cacetada e o manda borda fora. Manda-lhe depois uma porta - que claramente não faz parte daquele veleiro - com aspecto de porta de cofre, mas que, por ser de aço, flutua bem. Quando esta cena acontece, vê-se um navio cargueiro por perto - que seria a salvação do gajo - mas quando ele sobe para a porta e procura o navio, este já não está lá. Isto requer explicação:

- O navio não estava lá porque nunca esteve. A imagem em que aparecia o navio era de outro filme, gravada com outra câmara e noutra altura do dia, colada no filme porque nas filmagens não apareceu nenhum barco por perto...

Bem... A verdade é que Jarvis vai flutuando, safa-se a um tubarão, mas por azar ou má sorte, vai dar à costa em Cuba. Porquê? - Só Deus sabe. É apanhado por militares (que fazem uma imitação extremamente má de um cubano que fala inglês aos berros) que o metem numa maca e o levam por um corredor com uma fotocópia de Fidel pendurada na parede e lhe dizem que Fidel vai "tratar" dele pessoalmente. Esta é uma das partes mais intrigantes deste maravilhoso épico:

- Na cena seguinte, sem mais demoras, Jarvis desembarca num barco de borracha nos EUA, com dois cubanos que o ajudaram a fugir. Um deles dá-lhe uma arma, e Jarvis agradece, despedindo-se só de um deles e ignorando o outro à grande. Posto isto, os cubanos voltam para o barco de borracha e... - voltam para Cuba.

Curiosamente, os Alive's tinham velejado até ao preciso local onde Jarvis desembarcou e entretanto já tinham armado zaragata num bar e escavacado alegremente uns quantos arruaceiros que tentavam bater a uma rapariga. Um deles é agarrado pelo Alive, que naturalmente lhe arranca a cabeça, e que na cena seguinte, quando cai, já é outro gajo, mas com cabeça. Momentos depois, numa outra imagem do pugilato, cai o mesmo gajo novamente, para o mesmo sítio.

Isto desenrola-se durante uns tempos até que a polícia espeta umas quantas balas num Alive que só queria salvar a rapariga (até lhe tinha feito um carinho e tudo...) e lhe diagnostica Sarampo, porque o bicho tinha umas borbulhas.

Entretanto, há um gajo que leva a mulher do Jarvis num Porsche, desse bar para uma casa lá perto. Ela entra e não o deixa entrar a ele, fechando-lhe o portão de 1,50m na cara. Ele fica lixado e tenta abrir mas não consegue (e não se lembra de saltar), voltando para o carro, onde é morto por um Alive.

Ellen Jarvis vai para o quarto e vê uma sombra de um Alive na janela. Como é lógico, manda-lhe com um mini rádio despertador às trombas e o Alive é seriamente atingido, ficando por uns tempos a apanhar bonés. Ela vai à varanda e é puxada pelos cabelos para cima do telhado. Chega Stephen Jarvis - que também não salta o portão de metro e meio - e arromba aquilo, subindo depois até ao telhado, onde curiosamente estão os 5 Alives, incluíndo o que morreu. Passa nas calmas por um deles, mas leva uma tamanha de uma tapona com as costas da mão, caindo e logo depois prosseguindo nas calmas o seu percurso sem sequer olhar para trás, onde o Alive fica imóvel em posição de Michel Preuddhome a defender penalties.

Chega perto da mulher, e percebem os dois que os 5 Alives estão a morrer do Sarampo, e que lhes querem entregar um pequenote. E eles "tudo bem", e fogem da casa - que a esta altura estava cercada pela polícia - sem serem vistos. Para fugirem, recorrem inteligentemente ao roubo do carro de um dos mirones, mesmo atrás dos polícias, que nem se voltaram para ver um carro a fugir de uma cena de crime, com o dono agarrado à porta e a gritar HELP!!!

- E sim, acaba desta maneira o melhor filme de sempre. Tão estupidamente como começou.