2008-06-19

El Gran Juego de la Oca

Sim, finalmente um post sobre aquilo que muitos esperavam e alguns nem sequer sabiam que esperavam:

O Jogo do Ganso.



Já lá vão cerca de 13 anos, altura em que chegávamos à escola (no meu caso, que eu sou puto) e a primeira frase do dia era: "Xinamén, viste ontem o jogo do ganso?!!"

E toda a gente tinha visto. Pelo menos o Américo via sempre e passávamos as primeiras aulas da manhã a falar do Fleki, o barbeiro, que tinha rapado o cabelo a um desgraçado qualquer.

Fui procurar os nomes do resto das personagens que faziam parte do concurso e descobri que:

- As Oquettes eram as bailarinas;

- O Romy era o gajo que dava porradões nos concorrentes na luta na lama;

- O Calzoncillo Man era o gajo de pijama cor de rosa que andava por lá feito parvo;

- O Maxtor também aviava nos concorrentes, mas sem lama e vestido de guerreiro;

- El Mimoso Pringoso era o chavalo que comia esparguete como se não houvesse amanhã;

- A Besucona (como seria o nome em português?) tinha como objectivo de trabalho ser feia e dar beijos na boca aos concorrentes;

- Alberto Murroni era o lançador de facas, ajudado pela sua assistente Vesna (o que eu me ria a ver as caras que os concorrentes faziam nesta prova);

- Las Ocas eram os gansos verdadeiros que andavam por lá a cagar o estúdio todo;

- E finalmente os Undertakers, que iam buscar os concorrentes que caíam na casa n.º 58, "La Muerte" com a delicadeza de um boi.

Aqui está o vídeo, com a música cantada pelas Oquettes e o mítico Fleki, que por acaso apanhou um concorrente português na barbearia:

2008-06-18

Água na Boca

Não, não é da a nova novela da TVI que vos venho aqui falar. É muito melhor. Lembram-se? O título original, italiano, é Colpo Grosso e por cá teve os nomes de Água na Boca e Tutti Frutti. Passou no início dos anos 90, logo no início da Sic.

Ah já se lembram... Ok. A pergunta que vos passa neste momento pela cabeça é provavelmente "Porque é que este gajo se foi lembrar disto?", e perguntam muito bem. - É devido a um trauma de infância... Eu explico:

Quem é de Lisboa ou do Porto provavelmente não sabe que quando a Sic e a Tvi apareceram, a maior parte do pessoal que vivia no interior do país não teve logo acesso a essas novas maravilhas das ondas hertzianas portuguesas. No entanto, eu passava grande parte das férias de Verão em casa dos meus avós, em Lisboa, onde o pessoal já tinha o azar de ter que gramar com a Tvi, que na altura era católica (lembram-se?) e que passava todas as missas em directo e mais algumas em diferido. E havia a mítica Sic.

Eu vinha para Lisboa para estar com os meus avós e para ir à Praia das Maçãs, visitar coisas e tal, mas o que me movia mesmo era o Água na Boca, cheio de mamocas ao léu. Estava eu de comando na mão a disfarçar e a mudar de canal sempre que a minha avó entrava na sala, quando o meu avô entra e muda para a Sic e diz "Eh lááááá!!!"

E foi assim que a minha avó deixou de ver a tourada na Rtp2 durante as férias de Verão.

Descobri no Youtube o mítico programa que alegrava as minhas férias, e descobri que a televisão portuguesa tem vindo a decrescer de qualidade nos últimos anos. Isto sim era serviço público:

2008-06-16

My name is Clímaco...


...Eládio Clímaco.

Tenho o maior respeito por este homem. Não só por ter comentado todos os Jogos sem Fronteiras entre 1910 e 1996, mas porque simultaneamente ele é o narrador de todas as dobragens em documentários que passam na RTP, especialmente no que respeita à bicharada logo pela matina... Quem nunca acordou ao domingo aí ao meio-dia, foi para a sala, de pijama, acender a televisão e adormeceu no sofá a ver o acasalamento dos pintassilgos de crista escarlate, ao som da voz do Eládio?

É bonito, porque muitas das dobragens mantêm a 1.ª pessoa, e eu imagino sempre que o Eládio está realmente na Amazónia ou no Sahara ou no Montijo. No Montijo não acredito muito, mas nos outros sítios tenho quase a certeza que está. Ele fala mais baixo quando se aproxima uma ursa com filhotes, explica os cuidados a ter na travessia do Ganges, outras vezes respira de alívio quando o leão por pouco não ataca o jipe das filmagens... É o verdadeiro aventureiro da RTP, até porque realmente nunca saía da Av. 5 de Outubro, e isso só por si é uma aventura.

Eládio sempre teve esta qualidade de se teletransportar. Quando davam os míticos Jogos sem Fronteiras, houve uma ou outra ocasião em que os apresentadores portugueses iam a San Marino, ou a Genéve, ou assim, mas na maior parte das vezes, Eládio Clímaco e Serenella Andrade estavam ali no estúdio da RTP a beber bagaço (é a única explicação que encontro para justificar os bitáites sem nexo) e a comentar por exemplo a prestação da equipa de Braga na prova da piscina. E nós ficávamos na dúvida se eles estavam cá ou lá, tal era a emoção com que viviam aquilo. Devia ser aguardente São Domingos. Bagaço não emociona tanto. Ou então aviavam-se na casa Rasta da 5 de Outubro... Devia ser isso.

E por falar em Jogos sem Fronteiras, convém dizer que eram pródigos em presentear-nos com belos nomes. Além de Eládio Clímaco e Serenella Andrade havia o incontornável Denis Pitôt, o árbitro-chefe, o sapiente homem de camisola às riscas a quem, em caso de dúvida, se perguntavam as regras. O mesmo gajo que, no caso das equipas estarem ex-aequo (muito o Clímaco gostava de dizer esta expressão), inventava uma prova de desempate que resultava sempre. Pitôt foi aliás o homem que celebrizou a frase:

Prés...!? Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

Aqui fica o vídeo, para lembrar o apito do Denis Pitôt, a música do genérico, os bitáites do Eládio, a equipa de Águeda e a saudosa equipa de San Marino, que ficava invariavelmente em último.

2008-06-04

Bob o Protector


"Depois de “THE SECRET” se ter tornado o livro mais vendido em todo o mundo, no próximo dia 18 de Junho, pelas 21h00 no Pavilhão Atlântico, Portugal vai assistir à primeira e única conferência do SEGREDO no nosso país, com a presença de BOB PROCTOR, filósofo e co-autor do livro e do DVD.

O Pavilhão Atlântico vai transformar-se para receber uma conferência única em Portugal. Um cenário multimédia composto de alta tecnologia, ecrã gigante, tradução simultânea, um ambiente espectacular e cheio de energia são os ingredientes que farão desta, a maior conferência jamais realizada no Pavilhão Atlântico.

Bob Proctor é um conhecido filósofo académico, escritor e orador motivacional que há mais de 40 anos se dedica ao estudo da Lei da Atracção, uma Lei Universal praticada há centenas de anos e que nos permite atingir níveis extremos de realização pessoal."

“Posso mostrar-vos como ganhar o dinheiro que precisam, para as coisas que querem, para viver da maneira que preferirem viver.” Bob Proctor

É assim, meus amigos, a versão amaricana do Mestre Cisse, do Professor Bambo ou do Doutor Chibanga. Só que este não é só mestre, nem professor, nem doutor, este é FILÓSOFO. FI-LÓ-SO-FO. Agora a moda na Filosofia já não é um gajo pensar e dissertar. É fazer guita. Muita guita.

Ah pois é, bébé!!! O gajo olhou para os cartões dos mestres africanos e pensou:

"Whatahell! I can do this in american style. Óh Yeah!"
(agora traduzido, que em amaricano parece que não se percebe nada:)
"Para já para já, crio um segredo bem guardadinho e só o publico em milhões de livros, para continuar em segredo" (este gajo a guardar segredos é pior do que a Julia Pinheiro)

- E o que é o segredo? Diz que é uma coisa chamada Lei da Atracção. Gosto quando se inventa uma merda e se baptiza logo como uma Lei. Tipo "Lei de dar pontapés na boca do Cláudio Ramos" Está inventada e agora é incontestável.

- Mas a quanto é que está o segredo? Olha parece que varia entre 30 a 60 euros, sendo o bilhete mais caro o das cadeiras mais perto do Bob. Deve ser porque como é segredo, ele fala baixinho, e o pessoal lá de trás não apanha tudo. Ele segreda em público.

- E então a que se refere o Segredo? Epá, basicamente a tudo. Desde ganhar mais dinheiro, a engatar gajas, arranjar a torneira da cozinha ou descobrir o caminho marítimo para o Cacém.

- Há alguém que caia nessa? Olha que pergunta... Claro! - Rubens Barrichelo e O Segredo:
"Depois de ler O Segredo mudei muito. Não acredito mais na sorte" Rubens Barrichelo, Piloto de Formula 1 in Revista Sabado - 15 de Maio 2008

(temos que dar o desconto ao Rubens...)

Já não bastavam os termos "Mega-Conferência", "Bob Proctor", "Filosofia" e "Segredo", que todos juntos fazem logo uma tosta mista de emoções, espalhados em outdoors por essa cidade fora, agora cliquei num link, e o Bob o Protector falou comigo:

SITE OFICIAL

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2008-06-03

Ai, o Autocarro da Selecção!


Já estou farto da Selecção, do Euro 2008, do Scolari, do Cristiano Ronaldo, da bandeira portuguesa, do cachecol da selecção, da lista de convocados, do DVD Força de Campeões, de tudo... especialmente do Autocarro da Selecção. E ainda nem começou o Euro.

Não que eu não goste de futebol ou da selecção em particular, mas já me irrita escrever ou dizer a palavra "selecção", de tantas vezes a ouvir por dia. Pegou-se na loucura que foi o Euro 2004 para a fazer render comercialmente em 2008. Querem-me fazer acreditar que para curtir mesmo a selecção, é melhor é comprar um LCD por apenas 999 euros. Pensam que eu vou abastecer à Galp porque é cool e é da selecção. Aconselham-me a beber cerveja Sagres porque posso ganhar bonés da selecção. Querem que eu faça as compras no Modelo e Continente, porque é lá que se vende o cachecol da selecção e se eu não o tiver, o Malato pode ligar-me e dizer-me que assim não vou com ele à Suíça. (mesmo que ganhasse o prémio, só iria na condição de o Malato não ir).

As agências de marketing não perderam tempo e os canais de televisão apressaram-se a seguir de perto tudo o que tenha que ver com a selecção, fazendo directos diários do sítio onde eram feitos os treinos (Viseu entrou em histeria crónica aguda). Já houve interrupções de programação porque os jogadores estavam a sair do treino, ou porque o Petit comeu feijoada, ou porque o Murtosa disse que o Scolari estava mais gordo, ou porque está a ser filmado o hotel onde "lá dentro" estão os «escolhidos de Scolari».

Mas o pior deu-se neste domingo... "Ai meu Deus, que o Autocarro da Selecção vai passar aqui na IC19", "Olha, querida, vou ali para o viaduto dizer adeus ao Autocarro da Selecção", "O Autocarro da Selecção está diferente", "O Autocarro da Selecção é o mais lindo do Mundo" "Quero um autógrafo do Autocarro da Selecção". E a nossa comunicação social não fica atrás e decide por no ar 3 Helicópteros a filmar o Autocarro da Selecção a ir para o Aeroporto para depois ficarem a pairar sobre o "Avião da Selecção" durante meia hora enquanto os repórteres cumpriam o enchimento do chouriço.

Já deve faltar pouco para o Autocarro da Selecção ser convocado para jogar. Com tanta incedisão entre o Ricardo e o Quim, ainda vai é o Autocarro para a baliza.

E para fazer anúncios também: qualquer dia metem o Autocarro da Selecção dentro de um poliban (também conhecido por polibanhos) a esfregar-se com Dove, ou a depilar aqueles piquinhos das rodas, com máquinas de barbear Philishave. Ou a comer sopas Knorr em A-das-Sopas, com uma boina na cabeça.

Olha, não sei.

The man

Há anos que andava à procura disto. Para quem nunca viu e para quem gosta de recordar os momentos altos da TVI.

"Olha na truce foi aqui denhêro... Posso fcar a dever?"
"I'm sure you like my massage. My massage is the best massage"
"Come to swimming"
"Put the cream. Not the one, put the six"



Importa referir que conheci pessoalmente este Senhor num bar da Praia da Rocha, enquanto ele tentava engatar uma amiga minha. Foi um momento mítico, quando eu lhe perguntei "Mas ó Zézé, você diz que não gosta de mulheres que fumam, mas a minha amiga está a fumar... Desceu o nível de exigência?"

Depois cumprimentei-o, e do alto da minha bebedeira dei-lhe os parabéns por existir.

Se fosse eu a mandar...

Fazia uma série de TV que juntasse estes dois:



Há uma coisa em falta no CSI Miami, que é porrada. Já no Ranger do Texas, porrada era o que não faltava. Há uma falta de sequência lógica nos Ranger do Texas? Há sim senhor. Mas para isso metia-se lá o Horatio Caine a mandar bitáites sobre como se faz uma série em condições. O único problema é que tinham que ter alguém responsável por ir buscá-lo sempre que ele arrotava uma posta de pescada (porque como sabem ele manda a posta, vira costas e... baza.)
Mas digam-me lá se não era uma união perfeita...:

Por um lado, os porradões na cabeça...
Por outro, os bitáites mortíferos...

De um, a grunhice texana...
De outro, a californiana...

O Walker gosta de jipes...
O Horácio tem um dos grandes...

Isto dava era uma bela série romântica.

Ementa = And Mint

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