2008-05-30

Grilus love Ferreira Leite



Se andasse no 7.º ano e a Manuela Ferreira Leite fosse minha colega (mais velha, para aí do 11.º) eu escreveria "Grilus love Manuela Ferreira Leite" a corrector nas paredes de toda a escola. E nas mesas e nas portas e nas janelas e nas casas de banho e no ginásio e nos espaldares do ginásio. Escrevia "love" e não "love's", porque o verdadeiro amor não conhece gramáticas.

Se andasse no 7.º ano e a Manuela Ferreira Leite fosse minha colega, ia procurá-la nos intervalos e levava-lhe metade da minha sandes com Tulicreme. Ia encontrá-la junto dos mais velhos, nos bancos de cimento a falar de política e de como ganhar as eleições para a Associação de Estudantes. Mas eu não ouvia nada, só pensava nela, como o outro da canção da Madalena Iglésias.

Se andasse no 7.º ano e a Manuela Ferreira Leite fosse minha colega, pedia-lhe uma fotografia tipo passe e andava sempre com ela na carteira, até ficar colada ao plástico.

- Isto tudo porque li na primeira página de num jornal diário alguém dizer que "Manuela Ferreira Leite é mais doce do que se pensa"

Coisinha fofa.

2008-05-29

Imodium Rapid


A verdadeira publicidade de merda.

Tenho a certeza que todos quantos estão neste momento a ler isto sentem o mesmo que eu em relação ao anúncio televisivo do Imodium Rapid. Quantos de nós já fomos interrompidos à hora da refeição com a bela referência à diarreia? Quase todos, aposto.

"Imodium Rapid pode parar a diarreia antes que a diarreia nos pare a nós"
"Imodium Rapid, porque a diarreia aparece sempre nas piores alturas"

...Tal como a publicidade. Pelo menos comigo, aparece-me o anúncio na TV sempre que estou a começar a comer crepes com Nutella, pão com Tulicreme ou aquele feijão preto esmagado que servem no mexicano. E são três coisas que eu aprecio comer sem me gritarem insistentemente aos ouvidos a palavra DIARREIA.

Não conheço no léxico português palavra mais gráfica do que diarreia. Se representasse um conceito belo, seria poesia numa só palavra, onomatopeia bela e rara. Mas, infelizmente, o conceito por detrás da palavra é...: Merda Líquida. Em americano, Liquid Shit. Nada a fazer.

Já que andamos em época de acordo ortográfico, podíamos aproveitar a reedição dos dicionários de língua portuguesa e substituir a palavra "diarreia" por um termo menos escorreito. Porque não oficializar a "caganeira" em vez da nojenta diarreia? Um gajo dizer "eh pá, acho que tou com caganeira" é bem mais simpático do que informar "ai, e tal, acho que estou com diarrrrrrreia". Acabe-se com a diarreia e institucionalize-se a caganeira!

À consideração dos Exmos. Senhores Doutores

Malaca Casteleiro,
M.ª Helena Mira Mateus,
Madalena Colaço,
Fernanda Menéndez,
M.ª de Lourdes Crispim.

2008-05-26

Cristiano Ronaldo

...tem inimigos no mundo da publicidade. Ou pelo menos nos responsáveis por garantir a boa dicção nos anúncios. Ou então é mesmo material em bruto, impossível de lapidar.

Ora atentem:



"Ábrejuma-cônta-no-BEJ-pode-ser-c'ganhes-algum"

"Ádéush!"


E aqui:



Eh pá, não façam o homem dizer os "erres" palatais... O gajo tem sérias dificuldades em controlar a língua e os gajos que fazem a publicidade ainda gozam com ele. Arranjam o máximo de palavras com "r", e como podem ouvir na 2.ª frase, o homem enrolou-se numa açorda de "erres" das antigas: "Gerações de jogardores sonharam que torceram porlos seus ídolos".
E depois há as vogais abertas, que para Cristiano Ronaldo são ditas em modo "random" e à boca cheia: "Más náda ábáte o nosso orgulho".

Força Cristiano, estamos contigo. Não te deixes abater por esses abutres.

2008-05-21

Cachito misto



Já era tempo de alguém escrever alguma coisa sobre o "cachito misto" e discernir sobre o tema "cachito" latus sensu. Após anos de pesquisas na Internet, reuni a informação necessária para desenvolver este tema marginal à sociedade portuguesa: duas ou três fotos e nenhuma informação quanto à sua composição.

A única instituição portuguesa que não marginaliza o cachito e até lhe espeta bandeirinhas em palitos a dizer "cachito" será necessariamente o bar da Faculdade de Letras de Lisboa. Mas o que é um "cachito"?

- Também ainda não percebi muito bem. Sei que é aprazível a sua pronunciação, o que coloca esta palavra ao nível de expressões de sonoridade tão alternativa como "contraplacado marítimo", "bocadillo" e "raia oblíqua", expressões essas já bem estudadas e com mui buenos (e bueno é bom) exemplos dados pelos colaboradores habituais deste blog.

Apesar de gostar de pronunciar "cachito misto", nunca tive a coragem necessária para dizer ao senhor do bar "olhe, era um café e um cachito misto, sáchavor", por duas razões: a primeira, porque tenho receio de que o cachito me desiluda; a segunda, porque tenho medo de me começar a rir descontroladamente. Ou seja, não faço ideia a que é que sabe.

No fundo, o cachito é um híbrido, um cruzamento entre um croissant, um folhado e um pão de leite; cruzamento esse que correu francamente mal. Penso que o sabor é doce, o que intriga bastante a partir do momento em que se vê escrito nas bandeirinhas "cachito de frango", "cachito de chouriço" e, last but not least, "cachito de morcela".

Convém acrescentar que, como estou na Faculdade em horário pós-laboral, posso constatar o facto de todos os dias às 20h ainda haver uma prateleira cheia de cachitos de vária espécie, enquanto que os bolos e comidas "normais" já foram deglutidos alarvemente pela populaça estudantil. Isto leva-me a concluir que ou há muita falta de informação e divulgação do cachito... ou aquela merda não vale mesmo nada.

Pede-se a todos os que tiverem mais informações (úteis ou inúteis) sobre o cachito, o favor de deixarem aqui o seu testemunho. POR UM PAÍS MAIS JUSTO EM QUE O CACHITO NÃO SEJA MARGINALIZADO.

2008-05-20

Mais uma aventura no Metro...



Que todos nós temos dias em que estamos mais jeitosos que noutros, é um facto.
Que há alturas na vida em que se pensa "fogo, hoje estou mais atraente do que a Lily Caneças", todos sabemos.
Agora isto, é demais:

Sento-me no metro (no comboio, não naquela ripa de madeira com 100cm), num lugar vago ao lado de uma gaja esquisita. Logo aqui podem perguntar-me porque é que eu me sentei ao lado de uma pessoa esquisita... E eu respondo: onde é que vocês se sentam num transporte público em Lisboa onde não haja perto uma pessoa que parece que acabou de aterrar a nave? Mas realmente neste caso fui ingénuo:

A mulher tinha uns 40 anos, uma popa no cabelo louro platinado, tipo rampa de lançamento para manobras de motocross freestyle, uma camisa com metade dos botões abertos e com as mamas a saltar para fora (provavelmente fartas de conviver com a dona). Epá, nada contra. Sentei-me, porque não julgo as pessoas pelo aspecto; até gosto de manobras aéreas em motocross e acho ainda que em Portugal já se fez mais por esse desporto (saudosos anos 80, quando havia muito mais daquelas popas).

O caso tornou-se sério pouco depois do metro arrancar, quando olho ligeiramente para o meu lado direito. Estava a "pessoa" da popa gigante a olhar fixamente para mim. Mas não era um olhar de soslaio, era mais um olhar do género "vou virar a cabeça e olhar para este gajo fixamente enquanto deixo o resto do corpo sentado normalmente, virado para a frente".

Agora imaginem isto durante uns 15 minutos (6 estações de metro). Eu fiz de tudo para não me sentir incomodado: pus o MP3 mais alto, mais baixo, para a música a seguir, para a pasta anterior, meti o equalizador em Jazz, em Rock, em Classical... Epá... Tudo. E a gaja continuava na mesma posição. A rapariga que estava à minha frente olhava para mim com ar de pena, e olhava para ela com espanto. Eu fiz mil expressões de enjoo, de mal estar, de olhar para sítios avulsos, tentei concentrar-me noutras cenas... Mas não dava.

Finalmente a minha estação. Saí apressado, meio enfastiado meio aliviado, mas depois constatei o pior: ela tinha saído atrás de mim.

Agora, ao melhor estilo dos livros de adolescentes dos mesmos anos 80 do penteado daquele ser, tentem adivinhar o que aconteceu a seguir. Quem acertar ganha um corte de cabelo no salão "Cabeleireiros Zarita", onde a laca é Wella, com a mesma embalagem que se vendia em 1984.

2008-05-15

Canção de Intervenção Contra a Alergia



Verdes são os campos
Da cor do limão
Cagam pólen para o ar
Que me lixa a atenção

Putas de merda das árvores
Porque é que me lixam a vida
Se arranjo um moto-serra
A mata do Monsato está fodida

Ranho que se estende
Em mucosa bela
Lenços de papel que nela
Vossa celulose tendes

De árvores vos manteeeeeendes
Quilos de lenços que eu gasto antes do Verão
E assim dizimarei as árvores
Que me lixam a vidinha, Ai não...

Putas dessas árvores
Que me fazem espirrar
Se fosse eu a mandar
Era tudo Alcatrão

E as Oliveeeeeeiras...
Pego-lhes fogo este Verão
E aos cabrões dos plátanos
Atiço-lhes o meu cão

Ranho que se estende
Em mucosa bela
Lenços de papel que nela
Vossa celulose tendes

[Musical]

[BIS]

[repetir 3x]

2008-05-13

"Sr. Major, não grite!"



Excerto de diálogo entre Fátima Campos Ferreira e Valentim Loureiro, in Prós e Contras, RTP1, 12 de Maio de 2008:

FCF "Sr. Major, não grite! Não vale a pena gritar"
VL " - É para os assustar...!"

Quem perdeu estes momentos de comédia em estado puro pode vê-los aqui.

2008-05-12

Um minuto de silêncio...

Pelo meu Benfica, que faleceu.



Alguém quer comprar o maior clube do Mundo em 2.ª mão? Não está em muito bom estado mas é vermelho-ferrari e anda bem. Só auto-estradas para a Europa é que fica pelo caminho... Ideal para usar na Madeira, onde quase só há estradas nacionais.

Contacto: benfica@benfica.pt

2008-05-09

Querido Diário



Hoje foi (está a ser) um daqueles dias que de rotineiro não tem nada. Não sei se foi obra do acaso ou se há aqui mão divina do mesmo gajo que faz com que todos os cromos do Mundo se atravessem no meu caminho. Já agora, em jeito de introdução anamnésica (como nos filmes, quando mostram o passado do Rambo, ou assim):

Ia eu um destes dias a sair da carruagem do metro, quando há um gajo aí com uns 20 anos, todo estilo "street-nerd", sentado no banco da estação, que decide levantar-se e atravessar-se à minha frente para entrar no metro quando as portas já estavam a fechar, mas não sem antes dar um mortal encarpado para a frente, cair mal, levantar-se e entrar no metro todo de lado, meio a cair, meio com o pensamento "quase que sou o maior".

Pronto, está mais ou menos contextualizado o tipo de serviços que o meu "anjo da guarda" faz lá em cima. Se os vossos anjos da guarda são tipos honestos que todos os dias cumprem as suas funções - tipo fazer acontecer coisas más, coisas boas, coisas assim-assim - o meu é aquele gajo que chega atrasado e bebe em serviço. Mas diga-se já aqui que curto mesmo o gajo.

Hoje de manhã, deu-me por exemplo a possibilidade de conhecer Miró. Não numa perspectiva cultural, mais no âmbito pessoal e intimista de ver um labrador chamado Miró a correr pelo meio dos gabinetes de uma empresa e às tantas derrubar um ecran de computador dos antigos e levar com ele em cima do lombo. Mais nessa perspectiva.

Depois fui comprar atum. Sim porque gajo que é gajo compra atum ali na Conserveira Nacional. Atum e anchovas com alcaparras. Nisto lembrei-me de ir à minha antiga casa ver se lá havia correio antigo para mim. Lá fui à Rua dos Fanqueiros, n.º 165, rever a Dona Fátima da Óptica que me guarda a correspondência. Dois dedos de conversa e ela entrega-me uma carta sem remetente. Abri. Era da CGD, entregavam-me um cartão de estudante que não pedi, com validade até 2011 (descontos nos museus!) e com um grau académico ao calhas: doutoramento. Muito fixe, considerando que ainda nem acabei o mestrado.
Saio da Óptica e oiço um apito. Olho para o 2.º andar em frente, está um polícia africano no cabeleireiro africano, a apitar cá para baixo (agora podia por "africano" a seguir a todos os substantivos. Era fixe, mas fica para a próxima), tentando ao mesmo tempo aparar a carapinha e por ordem no trânsito. No caso, não permitir o estacionamento em cima da passadeira, a um casal que estava meio atordoado a ouvir apitos e bitáites policiais sem saber de onde.
Saí dali a pensar que a situação não podia melhorar. Erro crasso, porque o meu "anjo da guarda" deve ter começado a beber caipirinhas às 7.00h da matina... Na rua Augusta, enquanto um grupo de Índios a tocar pan-pipe acaba a música em apoteose, uma tia impertigada enfia o sapato nas pedras da calçada em cai em slow-motion mesmo à minha frente. Infelizmente não pude ajudá-la. Estava demasiado atarefado a rir-me dela e dos índios todos que se riam ainda mais do que eu.

FIM.

P.s.: Querido "anjo da guarda", como esta expressão é impessoal e algo apanascada, passarei a tratar-te por Tójó. Tá-se? Depois pago-te uns copos.

2008-05-05

Obrigatório.

Brilhante. É o que tenho a dizer dos Contemporâneos, que estrearam ontem o primeiro programa. Que não se façam comparações com os Gato Fedorento, até porque há e deve haver espaço suficiente para a boa comédia em Portugal. Aos domingos a seguir ao professor Martelo.

2008-05-02

Onde está o Walker?



Aha! Quem é amiguinho quem é? - Ah pois é!

Aqui têm uma viagem no tempo, uma viagem ao tempo em que as tardes eram mais alegres ao som de porradões no lombo aplicados por este senhor e pelo seu amigo que era preto só para dar uma de "ah, no Texas não somos racistas nem nada".

Tenho a honra de vos falar de Chuck Norris, esse mito humano em forma de cowboy, que aparecia nas nossas televisões ao som de "when the eyes of the ranger are uppon you".

Não só tinha um jeitinho especial para aviar malfeitores ao melhor estilo Jackie Chan, mas também conduzia uma pick-up cinzenta pelo meio do matagal a velocidades proibidas em qualquer auto-estrada. Qualquer gajo que se atrevesse a beber uns copos e a desafiá-lo para a porrada tinha a vidinha desgraçada porque o Ranger do Texas é contra o álcool, o tabaco e as drogas. Já de porrada, gosta e muito.

Walker não era gajo de vícios, nem sequer de mulheres... De vez em quando lá aparecia uma boazuda com o número de soutien extremamente avantajado para a sua cinturinha delgada, que dizia frases como "Ai, Walker és tão valentão" e Walker parecia ceder, mas depois pensava "peraí, lembro-me de um bar onde deve haver tráfico de droga e é melhor ir já para lá aviar uns marginais, que tenho onde estar às 2 da tarde."

Mas também um gajo que mete os polegares de cada lado da fivela do cinto, logo à partida é alguém que não liga muito a ser apreciado pelo gajedo. Prefere pontapés na boca.

Enfim... idiossincrasias de se ser um Ranger. Isso, e ter os dentes extremamente brancos, claramente devido a efeitos do Photoshop.

Comédia em duas palavras


................................. RIBAU ESTEVES................................

É preciso dizer mais alguma coisa?

Não sei quantos segundos para Marte



Quer-me parecer que a minha popularidade perante as adolescentes e jovens adultas portuguesas (e não só) vai cair abruptamente depois deste post. Mas o dever chama-me...

What the fuck is "Frooooooooooooooooooooooooooom Yeeeeeeeeeeeeeeestardayyyyyyyyyyyyyyyyyy, Uwaaaa Waaa Wiiiwaaaaaaaa" ???

É todos os dias a mesma coisa. Um gajo entra no carro, liga o rádio na Antena 3 para ouvir as Manhãs da 3 e já lá está o Jared Leto a berrar-me para as colunas. É um gajo que se levanta aí às 6h da matina para praticar o berreiro desvairado logo pela fresquinha. Isso eu percebo, até porque de manhã também eu próprio também não bato lá muito bem da cabeça.

Depois há aquela cena de "Aaaai, o Jared Leto é tão liiiiindo...! Ui, ui que pão" e essas cenas todas. Muito honestamente, o gajo até pode ser giro, mas disfarça-se extremamente bem de gajo que mete um bocadinho de asco, com aquela maquilhagem esquisita e o cabelinho à... foda-se...? Não, mas o nome do penteado deve ter uma asneira qualquer. A única coisa que o safa é que pintou parte do cabelo de vermelho, o que mostra ali algum bom gosto tipicamente benfiquista, se bem que faz lembrar a Maria José Valério, mas em vermelho.

Faz ou não faz?