2008-07-31

Palácio Estrela Cigana



Liliana, somos a partir de hoje proprietários desta magnífica obra, edição limitada, lançada em exclusivo pela DISCO TONI e com protecção anti-cópia.

Dedico-te a 1.ª, a 2.ª, a 3.ª, a 4.ª, mas a 5.ª não, que é dedicada à Indonésia. A 6.ª também não porque não tens marido. As restantes ainda não ouvi, mas juro que vou decorar as letras todas.

Deixo aqui a minha suada transcrição da letra da Maldita Onda, conhecida como "Dedicada à Indonésia":


O que chocoooooooou meu coraçãââãâãooooooooooooo
Ai a tragédia da Indonééééésiiiiiiiiiiiaaaaaaaaa
Ai antingiu muitos paííííííííííííííííseeeeeeeees
Ai ó mê Deeeeeeeeus que penaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Maldito dia
Maldita horaaaaaaaaaaaa
Muitas vidas levour-rouoouoouoouoooooooooooooooo
Essa maldita ondaaaaaaaaaooooooo

Maldito dia
Maldita horaaaaaaaaaaaa
Muitas famílias levour-roooooooooooooooooooooooo
Essa maldita ondaaaaaaaaaooooooo

E no escoooombro, aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaii
Ai muitos corpo foi encontraaaaaaaaaaaaaaaadoooo
Ai ó mê Deus da minha viiiiiiiiiiiiiiidaaaaaaaaa
O mundo inteeeiroooooo
Ficoooouuuu chorandooo

Maldito dia
Maldita horaaaaaaaaaaaa
Muitas vidas levour-rouoouoouoouoooooooooooooooo
Essa maldita ondaaaaaaaaaooooooo

Maldito dia
Maldita horaaaaaaaaaaaa
Muitas famílias levour-roooooooooooooooooooooooo
Essa maldita ondaaaaaaaaaooooooo

2008-07-30

Parecem Bandos de Pardais à Solta...



- Os Fritos, os Fritos.

Os Freaks, também conhecidos por Fritos, devido ao hábito de fritarem o próprio cérebro em refogados de ácidos, cogumelos, coca, tofu, lentilhas e etc., são uma espécie cada vez mais presente na nossa sociedade, especialmente em locais onde não se faça aquela coisa cansativa que dá pelo nome de "trabalhar".

Exemplo disso são os festivais de Verão, como o Festival Músicas do Mundo, em Sines, onde aparecem aos milhares. O Freak é da Natureza e do Amor tanto como da Pastilhada e do Trance, segue portanto uma filosofia entre aquilo que acreditava antes de fritar e aquilo que agora é o seu objectivo de vida: andar sempre com uma valente pedrada nos cornos. Ou seja, uma pessoa que acreditava no estilo de vida Vegan, que colocava o respeito pela Natureza acima de tudo, anda agora a semear garrafas de whisky no chão (pode ser que cresça uma árvore do whisky, man!!!") e a comer chouriço com cogumelos alucinogéneos. É mais ou menos isto.

Mas Freak que é Freak tem que cumprir requisitos. Tomar banho, só de mês a mês e apenas com água. Trabalho, só comunitário, de preferência em quintas de agricultura biológica onde se arranjem drunfos à borla. A subsistência do Frito e o financiamento da contínua fritura (para apurar bem o neurónio) assenta basicamente em vender todo o tipo de alucinogéneos e em montar e desmontar tendas.

No fim de semana passado houve vários que chamavam a atenção:

Um fritalhoco que estava no concerto, ao nosso lado, passou cerca de uma hora a apanhar palha do chão e a espalhá-la cabeça abaixo, incessantemente, sempre a dançar, mesmo entre um concerto e outro, quando já só havia música dentro da cabeça dele.

Já de manhã, nas tendas, estava um casal de fritos com um filho de uns 4 anos, que pegou na ganza dos pais e comeu-a com tabaco e tudo. E eles acharam graça. "lava-lhe a boca, man" dizia calmamente o frito para a frita. Ela riu-se e deu-lhe água. Aquele não tem mesmo escolha: quando for grande vai seguir a carreira de frito...
Acho que os fritos deviam ser esterilizados.

Depois há a tripe, que pode ser muito gira para eles mas não tem piada nenhuma às 9h da matina junto às tendas, para quem se deitou às 6h. Especialmente quando se canta repetidamente (umas 200 vezes) e mesmo muito alto o seguinte refrão, com melodia sportinguista:

Uma silhueta fan-tás-tica
Já só falta uma plás-tica
Anda cá bébé
Vamos fazer Ó-Ó...


E quando uma amiga minha o mandou calar, o gajo educadamente tenta resolver as coisas segundo o recomendado no manual dos fritos:

Ele: "Desculpa aí... Queres um ácido? Dou-te um ácido"
Ela: "Não"
Ele: "E meio ácido?"
Ela: "Não"
Ele: "E um quarto de ácido?"
Ela: "Não"
Ele: "E uma migalha de ácido?"
Ela: ...
Ele: "Uma silhueta fan-tás-tica! Já só falta uma plást-tica! Anda cá bébé! Vamos fazer Ó-Ó...!" (mais aproximadamente 517 vezes)

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Tiroteio em Abrançalha


Já todos devem ter ouvido falar do tiroteio entre o Grupo de Operações Especiais da PSP e um dos 5 malucos da Abrançalha que gamaram uma shotgun à própria polícia, no Entroncamento. Como cresci na zona de Abrantes, achei que me cabia a mim a difícil tarefa de explicar exactamente o que aconteceu. Cá vai:

Primeiro é necessário contextualizar a acção no espaço: Inicia-se no Entroncamento, a única cidade digna do fenómeno de alguém se lembrar de partir a boca a dois bófias e depois fugir com a espingardona deles. Até aqui, nada de anormal. Depois fez-se luz na cabeça dos gajos (ou acabou o efeito das minis) e perceberam que iam ter toda a polícia da zona em cima deles, e deitaram a arma para um campo de milho em Vila Nova da Barquinha, já a caminho da Abrançalha, essa bela localidade.

Isto no dia D. No dia D+1, vem o experiente e temível Grupo de Operações Especiais da PSP, que opta pela já conhecida táctica de entrar à maluca em casa dos "talibãs" (como são conhecidos na zona), a mandar bojardas em todas as direcções, até que um se lembra de acertar no cú do colega, tendo a bala entrado por uma nádega, perfurado a bexiga e saído pela outra nádega:

PAM! PAM!
"Ó Aires!" PAM!
"Aires! Dispara ali na direcção do tanque de lavar a roupa!" PAM!
PAM! PAM!
"Afirmativo, chefe! Desvia-te daí, ó Cardoso"
PAM"!
"Eeeeh lááá..."
"Desculpa aí ó Cardoso...!"
"Xiii... Foi mesmo nas nalgas! Eheh... Desculpa aí, Cardoso a sério..."


...E o "barricado" nem sequer tinha arma. Barricado pode mesmo ser sem aspas, porque muito provavelmente tinha estado a beber da barrica. Sim porque os "talibãs" da Abrançalha, tal como os "capacetes azuis" das Mouriscas, gostam mesmo é de vinho e de porrada, de preferência em simultâneo. Já os GOE, apreciam mandar tiros avulsos, mesmo que do outro lado não venha nenhum em resposta.

Depois há o dialecto abrançalhês, muito mais complexo do que o mirandês e ainda pouco estudado. A sorte é que houve alguém que conseguiu traduzir aquilo - que para vocês pode ser incompreensível - e colocou legendas. Senão não se perceberia mesmo nada, tal é a riqueza do discurso e as diferenças dialectais. O link da RTP já não está disponível, mas aqui ficam algumas das frases:

"Começarrrem aos tirrros..."
"E eu disse: "deixa tarrr-te aqui Brrruno..."
"Entrrrarrrem ós tirrros à minha irrrmã!!!"

Ai... Que saudades do ar puro de Abrantes e dos tiroteios ao cair da tarde...

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2008-07-29

Manifesto Anti-Pingos-de-Ar-Condicionado



    Se há coisa que me irrita no Verão são as inúmeras gincanes que sou obrigado a fazer para evitar os pingos de ar condicionado que caem nos passeios. Eu e toda a gente, porque acredito que ninguém goste de levar com pingos potencialmente carregados de fungos e bactérias. Se pensarem bem, a humidade que é retirada de uma casa ou de um escritório é essencialmente aquela que é expirada e espirrada pelas pessoas que lá estão, juntamente com os fungos que habitam as paredes e os tectos em maior quantidade do que os chineses habitam a China.

    Um pingo caído de um aparelho de ar condicionado pode inclusivamente levar à morte, se tivermos o azar de haver legionella, o que com a falta de inspecção obrigatória aos aparelhos de ar condicionado e respectivos filtros é muito provável que aconteça mais tarde ou mais cedo. Foi aliás a causa de morte de Sérgio Motta, Ministro das Comunicações do Brasil em 1998, o que despoletou a criação de normas de segurança internacionais feitas à pressão e não aplicadas. Em Pamplona, em 2001, foram infectadas 130 pessoas, das quais 76 foram internadas e 6 morreram. Em Portugal, quem quinou desta forma não disse nada a ninguém enquanto se finava, com medo que o chamassem maricas no funeral. Diria o padre "Que Deus acompanhe esta amélia em toda a Eternidade, Amen."

    Acho que é essa a causa de em Portugal quase não existirem aqueles tubinhos que levam a água do ar condiconado directamente para o esgoto ou mesmo para o passeio, mas sem fazerem pontaria às cabeças das pessoas: "Isso dos tubinhos é pa maricas..." Ora eu tenho a minha sexualidade definida: gosto de gajedo, arroto como um cão quando bebo cerveja, assoo-me à futebolista quando saio do mar e babo-me no sofá quando a Monica Bellucci aparece na televisão. MAS GOSTAVA QUE PUSESSEM A MERDA DOS TUBINHOS.

    Este ataque de hipocondria tem uma razão: vinha hoje na Av. António Augusto Aguiar e levei com um pingo directamente no olho direito e agora tenho medo de morrer antes de tirar férias.

E está a fazer-me uma impressão esquisita.
Parece que tenho um espirro no olho, ou o que é...

2008-07-18

Sou um Carteirista



Pelo menos senti-me um carteirista de verdade, temido pelos homens e repeitado pelas mulheres. Espera, isto é o Jeremias o fora da lei... Pronto, senti-me um indivíduo pertencente à bonita classe da escumalha.

É preciso ter muita falta de timming para se entrar numa estação de metro no preciso momento em que é despoletado o novo aviso sonoro e visual do metropolitano de Lisboa:

"ATENÇÃO: ESTÁ UM CARTEIRISTA NESTA ESTAÇÃO"
"BEWARE: PICKPOCKETS IN THIS STATION"


- Ficou tudo a olhar para mim, que tinha acabado de descer as escadas.

Li no jornal que o sistema foi activado ontem, e teve logo dois alertas: um em Arroios (na minha zona somos pioneiros em várias áreas do gamanço) outro na Alameda (Toma..! - Para quem pensa que morar na Guerra Junqueiro é mais chic do que na Penha de França). Funciona através das câmaras, ligadas à central da polícia que, por conhecer bem estes amiguinhos - e pelos vistos a mim também - acciona o alarme na respectiva estação.

Para que fique registado, este foi na estação de S. Sebastião, mas parece-me que vai aparecer em todas as estações sem excepção. É bom porque dá alguma sensação de que o Big Brother zela pelos nossos haveres e especialmente porque fica toda a gente a olhar uns para os outros a tentar identificar o carteirista. E isto sim, é lindo.

Como eu era o único que não estava a olhar para mim, topei o gajo: um homem na casa dos 50, de fato e gravata meio amarrotados, com uma mala de couro velha. Ficou à espera do metro como se nada se passasse, mas quando este chegou, não entrou. Saiu da estação junto com os restantes passageiros que tinham saído do comboio.

Nota positiva: É um excelente factor de disuasão.
Nota negativa: Epá, não olhem para mim dessa maneira, que fico envergonhado...

Eu que só gamei uma carteira na vida, e era de cromos de uma caderneta de futebol. Com os remorsos fui devolvê-la à senhora do supermercado... Não sem antes verificar que eram todos da selecção alemã e eu já tinha essa página completa.

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2008-07-10

O árbitro tá é bêbado! (Desta vez é mesmo verdade)



...Parece que o vodka faz com que a rotação da Terra se torne insuportável para quem tem em cima de si a pressão de arbitrar um jogo.

G8 - Os 8 Garganeiros



Já me tinha indagado várias vezes sobre o significado de G8, nova designação para o antigo G7 (que deu, aliás, origem à expressão jet7, por se deslocarem em jactos) desde que a Rússia entrou para o grupinho. Supostamente "G" corresponde a "Grupo", ou "Group" em estranjeiro, mas na verdade significa "Garganeiro" (pronuncia-se "garganêro", com sotaque de Beja), com o equivalente anglo-saxónico "Garganeiring", com sotaque de José Rodrigues dos Santos.

Reunidos na Cimeira sobre a Fome, no Japão, enquanto discutiam temas como a escassez alimentar nos países pobres e o aumento dos bens alimentares em todo o Mundo, os representantes foram petiscando 24 pratos diferentes, incluíndo os seguintes:

Trufas pretas
Caranguejos gigantes
Cordeiro assado com cogumelos
Bolbos de lírio de Inverno
(eu sempre disse que o lírio de Verão não sabe a nada, mas ninguém me liga...)
Supremos de galinha com espuma de raíz de beterraba (Como é que os gajos metem a raíz da beterraba a espumar?... Irritam-na muito, ou assim?)
Selecção de queijos com mel e amêndoas caramelizadas
Caviar legítimo com o respectivo champagne
Salmão fumado
Bifes de vaca de Quioto com espargos brancos
(De Quioto!!! Não é uma vaca qualquer... É uma vaca protocolar, que respeita o ambiente e só caga resíduos já separados, para reciclagem)
5 vinhos diferentes, entre os quais Château-Grillet 2005

(Fonte: Diário de Notícias)

O total das despesas desta cimeira, ainda segundo o DN, cifram-se em cerca de 358 Milhões de Euros, o suficiente para comprar, por exemplo "100 Milhões de redes mosquiteiras para impedir a propagação da Malária em África".

Estes tapa-buracos foram feitos por 25 chefs japoneses e de outras nacionalidades, "entre os quais alguns galardoados com as afamadas três estrelas do Guia Michelin", e custaram cerca de 300 euros por pessoa. Isto sem contar com a presença de Margarida Uva, mulher de Durão Barroso, que como boa portuguesa que é, deve ter enchido a mala de trufas, caviar e de supremos de galinha "para fazer uma buchinha a caminho de casa".



2008-07-07

Ah e tal, e o Chef Chakall...




...E perguntam vocês:

"Ó Grilus, porque é que o Chef Chakall tem sempre um pano da loiça enrolado à la téte?"

Obviamente que não vou ser eu a responder a isso, em parte pelo asco que o gajo me causa, mas principalmente porque não faço a mais ténue ideia. Hipóteses, existem várias, desde a seborreia ao piolhamezame. Muito embora isso não seja crível, porque o tipo tem bom aspecto (o que muito me irrita), é bem provável que o venha a ser, se Chakall continuar a não lavar os cerca de 300 turbantes que possui, por dar má sorte. Não fui eu que inventei, foi ele que afirmou em entrevista ao Correio da Manhã.

Muitos poderiam pensar - tal como eu - que ele é lá da Roménia ou lá o que é, onde vivem os camelos e as dunas, mais os terroristas e as pirâmides, mas não... O gajo é de Buenos Aires, Argentina, esse país onde os homens dançam o tango com o tradicional turbante na cabeça e as mulheres trincam sensualmente uma rosa vermelha, mas por dentro da burka para não distrair o gajo da concertina, instrumento tipico, denominado de Al-Bandoneón.

Mas desengane-se quem pensa que Chakall é só um pretendente a monhé com aspecto de Ken. Ele sabe cozinhar. Tão bem, tão bem, que já foi convidado para dezenas de restaurantes, festas, jantares chic's, canais de televisão, revistas cor de rosa, etc. Curioso é o facto de um chef de tão alto gabarito conseguir percorrer cerca de 90 países sem ser contratado para chef residente de nenhum restaurante ou hotel de renome mundial...

Deve ter lavado um dos turbantes, e lixou-se... Veio parar a Portugal.

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Bush versus Mário Lino







Conclusão: Bush volta a vencer sem margem para dúvidas. Mário Lino, o Guerreiro do Deserto, vai ter que continuar a treinar, ou perde a hipótese de representar Portugal no Mundial, na prova dos 3 litros em Alcoolismo de Fundo.

Cavaleiro Micael



Já muito se escreveu acerca deste homem. O Cavaleiro Micael e o seu Kitt, que muitas alegrias me deram durante a infância e adolescência. De tudo o que já li sobre estes dois, falta apenas referir algumas coisas:

Primeiros: Sublinhar a tradição, vinda dos filmes dos anos 60, de conduzir a direito, mas corrigir sempre a trajectória, a abanar o volante para um lado e para o outro mesmo que se vá a 80km/h na autoestrada.

Segundos: Dar saltos, aterrar, virar-se para trás com o braço em cima do banco do pendura e gritar "Uhuuuu!", mesmo que ainda vá meio descontrolado depois da aterragem.

Terceiros: Entrar num camião (caminhão, na dobragem brasileira) a 100 à hora e parar imediatamente, com o carro arrumadinho e pronto a beber óleo, o seu refrigerante preferido...

Quartos: O que vale é que o Kitt conduz sozinho

Vou fazer as malas

Pelos vistos, o meu lugar não é em Lisboa mas sim em Dublin, a beber cerveja e a andar de bicicleta... Não está mal. Mas isso faço eu nem que seja no Kilimanjaro.




You Belong in Dublin



Friendly and down to earth, you want to enjoy Europe without snobbery or pretensions.

You're the perfect person to go wild on a pub crawl... or enjoy a quiet bike ride through the old part of town.



Experimentem, e já agora deixem aqui a cidade que vos calhou:

What European City Do You Belong In?


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2008-07-01

É só para dizer que...


Solomon Burke - Clicai

...Estive a ver e ouvir este senhor no Festival MED e foi tão bom, tão bom que estou com uma otite. No fundo, foi para mim o Festival da Otite.

P.s.: Gostei muito do Festival MED, em Loulé, mas ficou-me sempre este pensamento: "Para quando um Festival da Mãe da MED?"

Tinha que desabafar.