2006-11-29

Agricultores de Portugal investem em tecnologia

Portugal é um exemplo maior no que toca ao investimento em tecnologia. São telemóveis que fazem batidos de fruta, são mp3 com 4 lugares sentados e porta-bagagem, carros com ligação automática à sanita, etc...

Só não se compram estes bens de primeiríssima necessidade se não houver dinheiro, crédito aprovado, ou... Dinheiro da Comunidade Económica. Já os Ena Pá 2000 diziam num verso "CEE dá cá o pé".

Felizmente, hoje Portugal tem razões para sorrir, porque o passado já lá vai.

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Agora a aposta é na tecnologia. Uma Audi é ou não é tecnologicamente avançada? - Um belo investimento, e a fotografia prova bem que é para trabalho. Aquilo é uma máquina de tracção, usada exclusivamente para o árduo trabalho de lavoura.

É de agricultores assim que Portugal precisa. FORÇA, CAMARADA!

2006-11-28

Shôtôr GNR, não faça isso!


Não vou comentar esta foto, porque não vale a pena... Já todos sabíamos que a média Sagres está para os GNR's como o Donut e a chávena de café estão para os polícias da NYPD ou do FBI .

Quero relatar uma história verídica, que aconteceu com um GNR.

Uma pessoa que conheço encontrou um GNR conterrâneo numa cidade que fica a cerca de 30 Km da localidade onde ambos residem. Conversa para cá, conversa para lá, o agente da autoridade oferece prestimosamente uma bela de uma boleia até casa.

Boleia aceite, entram os dois dentro do carro (viatura própria, não da GNR) e fazem-se à estrada.

Assim que o recém-chegado pendura puxa do cinto de segurança e faz o "click", abate-se sobre aquele bólide tamanha gritaria:

Bófia: «Você no meu carro, não precisa de por o cinto! Esteja à vontade!»

Pendura: «Sim, sim, mas eu não me importo...»

Chui: «Não precisa, estou-lhe a dizer!»

Pendura: «Pois, mas é que estou habituado... Ando sempre com o cinto e não me incomoda nada.»

Guloso: «No meu carro ninguém anda com o cinto a apertar.»

[ouve-se o outro "click" - o de tirar o cinto: o GNR desapertou o cinto ao passageiro...]

GNR (acabaram-se-me os sinónimos): «Tou-lhe a dizer que não precisa. A mim ninguém me multa, homem!»

- Anda o pessoal sempre a queixar-se das multas e afinal os agentes são tipos impecáveis que nem ligam a isso...

2006-11-25

Jesus Christ Superstar


O aspecto de Jesus Cristo loirinho e de olhos claros tal como o conhecemos hoje foi preconizado no Renascimento, e todos sabemos que o seu real aspecto seria este:



Todos sabemos, mas só alguns de nós realmente acreditam... A igreja católica, a mais antiga máquina de fazer marketing soube interiorizar e divulgar uma imagem apelativa, capaz de mover multidões. Não creio que o senhor da imagem acima cativasse muita gente hoje em dia, com aquele ar de Sadam Hussein.

A verdade é que isto de seguir ensinamentos tem muito que ver com o facto de "irmos com a cara do sujeito ou não", e a igreja soube adaptar a imagem do seu ícone às circunstâncias. Se é verdade que nos dois séculos seguintes à morte de Jesus Cristo não foram feitas representações visuais, uma vez que não era costume dos judeus fazê-lo, também o é que as primeiras representações são muito mais verosímeis do que as renascentistas e posteriores.



A imagem acima é uma fotografia de um mosaico representando Jesus Cristo, patente na antiga Basílica Ortodoxa de Hagia Sophia, Istambul, e datado de cerca de 1280. Compare-se à imagem resultante dos estudos antropológicos e notem-se as semelhanças. Já as diferenças para com o Jesus de Da Vinci são várias, parecendo mesmo que estão representados dois indivíduos diferentes. Vá, têm os dois barba...

CONCLUSÃO:

Se quiserem manter uma história durante milhares de anos, e ter milhões de espectadores, têm que adaptar a imagem das personagens ao gosto de cada época. Porque não há milagres...

2006-11-23

Mudança de Gás


A Galp verificou em 2006 uma queda abrupta nos lucros do sector do gás canalizado, pensando mesmo em abortar todo o processo de construção da rede de gás natural. Mesmo contra todos os exemplos europeus e mundiais, pensa apostar no regresso às origens, uma vez que o gás canalizado está em pleno risco de extinção. Muitas foram já as famílias portuguesas que optaram por desistir do gás natural, alegando razões várias, mas sem nunca explicar bem. E era sempre o marido a ir lá cancelar o gás natural

- A Galp vai processar a menina do Gás por contribuir para uma publicidade demasiado eficaz, correndo a modelo o risco de levar um grande tau tau.


2006-11-16

O Pseudo-Intelectual


A definição de «Intelectual» para mim é a de alguém que, com o seu percurso académico, artístico, crítico, político, etc., influencia de um modo palpável a sociedade e os sistemas de valores em seu redor.

Um «pseudo-intelectual» é alguém que, porque leu umas coisas de meia-dúzia de autores conhecidos, porque vê filmes franceses e porque visitou 2 ou 3 vezes a Gulbenkian, se acha um justo herdeiro dos nomes que leu, observou e viu...


Passando à análise científica:

CHEIRO: Variável... Se o indivíduo em questão se encontrar na sua fase de "criação", seja escrita, pintada, filmada ou outra, não se lava pelo menos durante uma, duas semanas, para encarnar no espírito de criação artística.  A gaja pseudo-intelectual não segue o mesmo caminho, porque apesar de ter essa vontade não consegue cheirar tão mal e "criar" ao mesmo tempo. Como escape, deixa crescer o "pelame" debaixo dos braços, para dar uma ar de lésbica muito à frente.

HABITAT NATURAL: Todos os sítios que não sejam mainstream. E assim que passarem a sê-lo, deixam de ser locais a visitar. Por exemplo, ir para o Op Art ao sábado era bem, mas já não é porque ficou conhecido. A FCSH (Av. de Berna) é um óptimo local para a observação da espécie, bem como a Faculdade de Belas-Artes, a de Arquitectura ou a Faculdade de Letras da UL.

HÁBITOS ALIMENTARES: Vegan, Vegetariano, Ovo-lacto-vegetariano, e às escondidas McDonald-ovo-lacto-vegetariano.

MEIO DE TRANSPORTE: Apesar de se indignarem com a poluição, o Mercedes do papá é sempre melhor do que andar de metro no dia-a-dia ou de comboio, quando vão para festivais longe de casa. Se o papá precisa do carro todos os dias, oferece um seu ao rebento, e compra o novo modelo para si próprio...

ASPECTO FÍSICO:

1) CABELO: Variável. Desde o cabelinho à Rimbaud até à marrafinha à Oscar Wilde (nos gajos) passando pelo look "Betty Bop" até ao "janado" (gajas e gajos) há literalmente de tudo. Há os que cortam o próprio cabelo para pisar a lógica consumista, e há os que concordam, mas vão sempre à Facto, no Bairro Alto.

2) ROUPA: Desde as barraquinhas do Avante às lojas da Av. da Liberdade ou de Milão, há uma grande variedade de locais para a comprar. Óculos de marca, convém ter. Não vestir marcas conhecidas é uma exigência, como grito contra o consumismo, mas são abertas excepções para as mais caras, porque que nem toda a gente pode comprar.

MODO DE SER/AGIR:

- Desprezo, especialmente por tudo o que for conhecido por mais do que 10 pessoas amigas/próximas.

- Caso alguém fale sobre algo que não conhece, a primeira reacção é sempre "mas eu conheço um autor/realizador/artista que fez isso de uma forma muito mais...[inserir aqui adjectivo a gosto]".


2006-11-14

Os mosquitos andam malucos !!!



Com os alguidares de água que S. Pedro tem despejado cá para baixo assim à maluca, tem aumentado a humidade relativa, o que propiciou a multiplicação exponencial de mosquitos na rua e nas nossas casas. Eu chamo mosquitos aos “moscos” ou “moscas-da-fruta”, não sei como as pessoas civilizadas os chamam.

Vamos ver como é o curto ciclo de vida destes “mosquitos”, para tentar perceber o que os move (para além de fruta podre e restos de comida) e o que fazem no dia-a-dia? Vamos a isso:

1º dia: Nascimento. Assim que eclode do ovo/larva, o mosquitinho abre os olhos e começa a explorar o mundo à sua volta (a minha cozinha, portanto). Olha para o lado e vê os seus irmãos, primos, primas e pessoal lá do bairro. Ainda antes de ir conhecer o balcão e as suas migalhas, vira-se para a mosquitinha do lado e diz-lhe “Mostro-te a minha antena se me mostrares a tua...” – Ela: “OK. Mas peraí, deixa-me confirmar primeiro, que nem reparei que tinha antena... Eh lá, eu não tenho!!! Buáááááá!!!!”. Isto resolve-se, sendo que o mosquito a convence de que é médico e lhe faz um curativo. É aqui que o mosquito repara que a mosquita tem asas... E pensa “Deixa cá ver se também tenho umas daquelas... Xinamén! E tenho mesmo! – vou-me atirar do balcão” – E lá vai “voando” os seus primeiros 10 cm. Ela faz o mesmo.

2º dia: Adolescência. A libido tomou conta deles e delas. Nada a fazer... Começam a pinar como se não houvesse amanhã (e muitos deles têm razão). PIMBA ... 2 ou 3 segundos depois... PIMBA... mais 3 segundos ...  PIMBA.
Os mais amalucados vão voar às voltas no fumo do incenso até caírem de costas com overdose, os outros petiscam uns bolores fresquinhos numa banana meio podre. E ... PIMBA. E comem. E depois PIMBA. Depois vão para a night curtir. E PIMBA. A festa é no local de sempre: a lâmpada da minha cozinha. É até às tantas sempre a bombar, às voltas até ficarem malucos ou até caírem devido a sobreaquecimento. Alguns nunca mais se levantam. Outros voltam para casa, meio desorientados, quando apago a luz.

3º dia: Crise de Meia Idade. Acordam com o triplo do tamanho, devido à abundância de petiscos e à agradável humidade do ar. O mosquito olha para a mosquita com ar de James Bond... Ela devolve-lhe uma piscadela de olho à Marilyn Monroe... E PIMBA. Passam 4 ou 5 segundos, E nova tentativa...! E ... NADA... Estragou-se a antena... Para afogar as mágoas desatam os dois a comer demais, quadriplicando o tamanho. Ele, gordo e impotente, (já mataram algum ultimamente? – Estão mesmo obesos, os cabrões...) pensa em comprar um carrinha Volvo, ela afoga as mágoas no papel de embrulho dos “Mon Cherri” e apanha uma bubadeira com o álcool do recheio, que nem sabe como se voa... – É por isso que nos entram para os olhos.

Os que sobrevivem, passam pelo candeeiro da cozinha para se distrair. Andam ali às voltas um bocado e chateiam-se. Voltam para casa. Há os que ficam até a luz apagar, mas ou são mais jovens ou vão quinar nessa noite.

4º dia: Velhice. Os que sobreviveram até agora vão passar pela Selecção Natural (EU). ZZZZZZ PAFFF!!! 2 quinaram, 3 safaram-se... ZZZZZZ PAFFF!!! 3 finaram-se, 4 escaparam. Os sortudos que escaparam têm uma agradável experiência: “ALEGRIA!!!” (ler alto, com voz de Floribela), nascem centenas de mosquitinhos, chatos como merda num sapato novo em folha. Daí a irem para o meu candeeiro curtir é um dia. Os mosquito-cotas, com a inconsciência que lhes é característica, resolvem mudar de vida. Janela fora, vão para o meio da estrada voar à parva e acabam ou na “vista” de um estafeta da Telepizza ou no radiador de um carro genocida (no caso, insecticida).

Esqueci-me de falar nos mosquitos celibatários, que também os há. Esses duram menos tempo, já que muitas vezes caem em depressão, sempre a adorar a Luz. “Eu vejo a Luz, eu vejo a Luz!!, e andam ali às cabeçadas até caírem para o lado: PUMBA, E PUMBA, E PUMBA

...E PUMBA

...E PUMBA.

Mas morrem felizes, apesar de tudo.

A TODOS OS CELIBATÁRIOS DESTE PAÍS: Se quiserem passar por minha casa, desde que de forma ordeira e civilizada, deixo-vos darem umas cabeçadas na minha lâmpada da cozinha. Diz que aquilo tira o stress e a tensão.

...E PUMBA!
...E PUMBA.!

(mais umas cabeçadas)

...E PUMBA,

...E PUMBA. Até cair para o lado. É a loucura.

2006-11-10

Os mosquitos e o fascínio pela Lua


É sabido que vários insectos (essencialmente os noctívagos) usam a Lua como ponto de orientação, seguem na sua direcção como alguém que persegue o objectivo máximo da sua Vida.

Ontem, no candeeiro da minha cozinha havia uma mão-cheia de mosquitos plenamente realizados. Será que morreram felizes, pensando que tinham chegado à Lua?