Um blog sem tema à vista. "Singelo" é o melhor adjectivo para o descrever, até porque é bastante foleiro e sem graça nenhuma.
2006-08-25
Sentar no banco do Metro
Acomodar o traseiro num banco do metro pode tornar-se numa tarefa altamente perigosa.
Muitos de nós já presenciaram isto: alguém topa um lugar todo jeitoso, mas como está longe, acaba por chegar lá mesmo quando se ouve o prriiiiiii! prriiiiii! prriiiii! das portas a fechar. Isto significa também que o comboio vai arrancar exactamente ao mesmo tempo que o transeunte incauto se prepara para aterrar a sua padaria no banquinho.
Isto traz duas consequências possíveis, uma boa e uma má: a boa é que, se o banco for virado para a frente do comboio, a aterragem é um pouco forçada mas (quase) perfeita; a má é que caso o banco seja dos opostos ao sentido da viagem, podem acontecer coisas verdadeiramente preocupantes, e é aqui que eu quero chegar. Passo a explicar.
Nestes casos a força exercida pelo arranque do metro faz com que um rabo que já se preparava para sentir o conforto acolchoado do banco se veja subitamente afastado deste. O problema é que o ser humano não tem apenas rabo, tem tronco, cabeça, braços, etc. E é toda esta panóplia de membros (e mais alguns) que vai disparada rumo à pessoa da frente, que fecha os olhos e defende-se como pode, ora segurando a pessoa projectada (aqui pode haver mãos em sítios impróprios sem que se faça por isso), ora levando com ela em cima sem reagir (isto não é bem uma defesa).
Se pensavam que esta última era a pior das hipóteses, desenganem-se: o que eu vi ontem foi bem mais horrível. Na situação que descrevi estava uma senhora voluptuosa (não no sentido sexy do termo) e à frente um senhor indiano absorto a olhar pela janela. Quando vi o traseiro da senhora a fazer-se à pista no momento do prriiiii! prriiiii! prriii! temi o pior. E o pior aconteceu.
Imaginem isto, mas em slow motion, para dar um aspecto mais cinematográfico:
1) O rabo da senhora estava a uns escassos 10 cm de atingir o banco, quando o metro arranca;
2) Começa o desastre no momento em que, centímetro a centímetro, rabo e banco se afastam;
3) 11cm , 12cm , 20cm! Neste momento o indiano olha esgazeadamente para a senhora (esta já com os olhos esbugalhados a prever a queda) e agarra-a nos ombros para impedir o embate;
4) O tronco da senhora estabiliza, mas os indianos, como sabem, só têm 2 mãos;
5) Começa a cabeça da senhora a dirigir-se descontroladamente em direcção à cabeça do pobre homem;
6) Ficam cara a cara, com o espaço de 1cm entre os narizes e a senhora manda um portentoso
AI MEU DEUS! - mesmo na cara dele
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