Um blog sem tema à vista. "Singelo" é o melhor adjectivo para o descrever, até porque é bastante foleiro e sem graça nenhuma.
2008-06-16
My name is Clímaco...
...Eládio Clímaco.
Tenho o maior respeito por este homem. Não só por ter comentado todos os Jogos sem Fronteiras entre 1910 e 1996, mas porque simultaneamente ele é o narrador de todas as dobragens em documentários que passam na RTP, especialmente no que respeita à bicharada logo pela matina... Quem nunca acordou ao domingo aí ao meio-dia, foi para a sala, de pijama, acender a televisão e adormeceu no sofá a ver o acasalamento dos pintassilgos de crista escarlate, ao som da voz do Eládio?
É bonito, porque muitas das dobragens mantêm a 1.ª pessoa, e eu imagino sempre que o Eládio está realmente na Amazónia ou no Sahara ou no Montijo. No Montijo não acredito muito, mas nos outros sítios tenho quase a certeza que está. Ele fala mais baixo quando se aproxima uma ursa com filhotes, explica os cuidados a ter na travessia do Ganges, outras vezes respira de alívio quando o leão por pouco não ataca o jipe das filmagens... É o verdadeiro aventureiro da RTP, até porque realmente nunca saía da Av. 5 de Outubro, e isso só por si é uma aventura.
Eládio sempre teve esta qualidade de se teletransportar. Quando davam os míticos Jogos sem Fronteiras, houve uma ou outra ocasião em que os apresentadores portugueses iam a San Marino, ou a Genéve, ou assim, mas na maior parte das vezes, Eládio Clímaco e Serenella Andrade estavam ali no estúdio da RTP a beber bagaço (é a única explicação que encontro para justificar os bitáites sem nexo) e a comentar por exemplo a prestação da equipa de Braga na prova da piscina. E nós ficávamos na dúvida se eles estavam cá ou lá, tal era a emoção com que viviam aquilo. Devia ser aguardente São Domingos. Bagaço não emociona tanto. Ou então aviavam-se na casa Rasta da 5 de Outubro... Devia ser isso.
E por falar em Jogos sem Fronteiras, convém dizer que eram pródigos em presentear-nos com belos nomes. Além de Eládio Clímaco e Serenella Andrade havia o incontornável Denis Pitôt, o árbitro-chefe, o sapiente homem de camisola às riscas a quem, em caso de dúvida, se perguntavam as regras. O mesmo gajo que, no caso das equipas estarem ex-aequo (muito o Clímaco gostava de dizer esta expressão), inventava uma prova de desempate que resultava sempre. Pitôt foi aliás o homem que celebrizou a frase:
Prés...!? Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!
Aqui fica o vídeo, para lembrar o apito do Denis Pitôt, a música do genérico, os bitáites do Eládio, a equipa de Águeda e a saudosa equipa de San Marino, que ficava invariavelmente em último.
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5 comentários:
Recordo com nostalgia os mitico jogos sem fronteiras... Houve mesmo uma vez que Eládio disse algo que marcou para sempre a minha juventude:
"E a equipa da República da Grã-Bretanha a terminar a sua prova..."
«Bela peça de caça, esta!», diz ele, a propósito de um pedaço de esferovite cortado e pintado :) MUITO BOM!
Espectacular! Para a próxima podes fazer um post sobre o Jogo do Ganso? Que saudade...
El juego de la oca? Por supuesto que si !!!
Que bela, nostálgica e comovente homenagem!! Sabia que eras digno do desafio que te lancei :'D
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