Um blog sem tema à vista. "Singelo" é o melhor adjectivo para o descrever, até porque é bastante foleiro e sem graça nenhuma.
2009-02-09
C'est votre?
Tenho estado a editar as cerca de 200 fotos digitais e a revelar os 5 rolos para depois ampliar, à antiga, pelo que me resta pouco tempo para vir aqui mandar postas de pescada e para de vez em quando trabalhar. Isto, tudo por ordem.
Só vos quero falar da criminalidade parisiense assim num instantinho.
Como em Paris da França, roubar é mesmo ilegal (dá direito a prisão e tudo, não estou a mentir), os amigos da alheira têm que roubar, mas de forma honesta, de modo a não serem perseguidos por 3 polícias armados até aos dentes com metralhadoras, como aconteceu com um infeliz que andava a vender torres eifféis na rua, mas que deve ter gamado alguém nos entretantos. Posto isto, passemos à vache froid:
Assim que chegámos, deixámos as tralhas no hotel e fomos a pé para a torre Eiffel. Aparece um gajo assim do nada, ao nosso lado, fixa um ponto no chão ao calhas, baixa-se e apanha um anel de ouro que claramente não estava lá antes e vira-se para nós e pergunta "c'est votre?". Perante tanta estupidez, não consegui articular palavra (se bem que estive para lhe gritar le fromage et la marquise c'est tão bon de la fête do fundo do peito) e ignorámos o homem. Topámos que ele tentou a mesma coisa com mais umas 10 pessoas que iam a passar e todas ficaram tão perplexas como nós, dado o elevado calibre de falta de talento. Quase um quilómetro depois viro-me para trás e está o gajo a 2 metros de nós... Eu, com a experiência que a Xungaria Lisboeta me proporcionou ao longo destes anos, inverto a trajectória, olho para o gajo e passo para o outro lado da rua. Desaparecemos no meio de uma manifestação de pessoal do Chade. Bem bacano.
Dois dias depois, na mesma zona, vem uma gaja na nossa direcção, fixa um ponto no chão, e digo eu "pronto, tá a puta armada outra vez". Ora o ponto que ela fixou no chão foi também fixado por nós, pelo que durante meio segundo estavam três pessoas a olhar para uma pequena porção de terra sem nada... Eis que ela se baixa, claramente já com o anel na mão e apanha aquele bocadinho de nada e depois "puff!" mostra o anel de pechisbeque e pergunta o já clássico "c'est votre?". Desta vez ainda tentei dizer "Uh-la-la, j'aime bien ton marquise du fromage" mas mais uma vez, tanta estupidez congelou-me a voz. Especialmente porque ela "achou" um anel um metro à nossa frente, pelo que eu teria que andar a deixar cair anéis para a frente, com muita força e determinação de o perder, para aquilo alguma vez ter uma pequena lógica de poder ser meu...
Escusado será dizer que passei o resto dos dias a fingir apanhar merdas do chão e a perguntar "c'est votre?". Isso e a dizer "c'est tão bon de la fête" em relação a tudo o que me aprazia. E a dizer "Ai que paniiiiiiilhas!" de cada vez que via uma cena qualquer do Napoleão. Os franceses, curiosamente, não percebiam.
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14 comentários:
Não deste com a coisa?! Ó meu caralho, aquilo fica a 150 metros da puta da torre, óstia. Só não fico totalmente zangado contigo graças ao Braga FC.
É justo... Apesar de o FCP ter empatado com um penálti que não o era.
- Vou regressar a Paris. Isso é certo. E vou à cinemateca. E vou beber outra vez várias garrafas de tinto pelas ruas. Sim.
Mas eu não percebo.. Se dissesses que sim, que era teu, o que é acontecia?! Atirava-to à cabeça para, já desmaiado, te roubar a carteira?
Bruninha,
"Mas eu não percebo.." - Foi exactamente o que me passou pela cabeça durante todo o tempo...
No entanto, fui falar com o Tiago Criminal Motha Fucka (a minha face oculta de gangsta' que curte mc hammer) e ele disse-me:
A intenção provavelmente é meter conversa com a desculpa de que encontrou o anel. Como ele perguntou se era nosso, nós temos mais confiança (funf, funf...) e ao respondermos que não é nosso, ele propõe-te que lho compres.
Acho eu.
Nem sei.
Pois é, não chegaste a saber qual era o volteface do esquema? É que daqui a uns tempos essa moda chega cá e temos que saber passar a palavra como deve ser. Serviço público, meu amigo.
Alto e pára o baile. Enganei-me e isso é extremamente grave para toda a gente. A Cinemateca já lá não está, no Palais de Chaillot. Mudou-se para o nº 51 da rua de Bercy. O projecto é do larilas do Gehry. Por outro lado gostaria que não fosse mencionado junto a mim o que se passou ontem na freguesia das Antas. Obrigado e passar bem.
Bloga-mos,
Eu agora podia dizer aqui que tinha ido ao Palais de Chaillot procurar a dita e que não tinha encontrado e que tinha andado horas para lá chegar, em vão.
Mas seria mentira.
Só procurei no mapa turístico e como não achei, fui comprar umas garrafas à loja de conveniência. Mas também vi cá uns filmes, com os copos, no cimo da Torre...
És um Senhor.
Pois sou.
CBlues,
Sinceramente, não quis descobrir, porque achei que seria alvo de chacota em Paris inteira, por ter sido o único gajo da História (e paris tem uns anos) a falar com eles...
E eu não queria isso.
Ei, não leves as coisas tão a sério, moçoilo.
Eu orgulho-me de nunca levar nada muito a sério. Aliás, se um dia testemunhar em tribunal, serei o gajo em cuja cara de riso nenhum Juiz vai confiar.
Mandava-los levar na anilha.
Dans le anilhe.
"Vai fait encaixer dans le anilhe" era bom.
- Não disse isso, mas quando passou um autocarro por mim e não parou (eu estava à espera do autocarro à 20 minutos) berrei "PERÁÍ, PÁÁÁÁÁÁÁ...!" e ele percebeu. Não consegui ligar o tradutor, com a pressa. Seria algo do género "ARRÊTE AÍ, PÁÁÁÁÁ...!"
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