- Os Fritos, os Fritos.Os Freaks, também conhecidos por Fritos, devido ao hábito de fritarem o próprio cérebro em refogados de ácidos, cogumelos, coca, tofu, lentilhas e etc., são uma espécie cada vez mais presente na nossa sociedade, especialmente em locais onde não se faça aquela coisa cansativa que dá pelo nome de "trabalhar".
Exemplo disso são os festivais de Verão, como o Festival Músicas do Mundo, em Sines, onde aparecem aos milhares. O Freak é da Natureza e do Amor tanto como da Pastilhada e do Trance, segue portanto uma filosofia entre aquilo que acreditava antes de fritar e aquilo que agora é o seu objectivo de vida: andar sempre com uma valente pedrada nos cornos. Ou seja, uma pessoa que acreditava no estilo de vida
Vegan, que colocava o respeito pela Natureza acima de tudo, anda agora a semear garrafas de
whisky no chão (pode ser que cresça uma árvore do
whisky, man!!!") e a comer chouriço com cogumelos alucinogéneos. É mais ou menos isto.
Mas Freak que é Freak tem que cumprir requisitos. Tomar banho, só de mês a mês e apenas com água. Trabalho, só comunitário, de preferência em quintas de agricultura biológica onde se arranjem drunfos à borla. A subsistência do Frito e o financiamento da contínua fritura (para apurar bem o neurónio) assenta basicamente em vender todo o tipo de alucinogéneos e em montar e desmontar tendas.
No fim de semana passado houve vários que chamavam a atenção:
Um fritalhoco que estava no concerto, ao nosso lado, passou cerca de uma hora a apanhar palha do chão e a espalhá-la cabeça abaixo, incessantemente, sempre a dançar, mesmo entre um concerto e outro, quando já só havia música dentro da cabeça dele.
Já de manhã, nas tendas, estava um casal de fritos com um filho de uns 4 anos, que pegou na ganza dos pais e comeu-a com tabaco e tudo. E eles acharam graça. "lava-lhe a boca, man" dizia calmamente o frito para a frita. Ela riu-se e deu-lhe água. Aquele não tem mesmo escolha: quando for grande vai seguir a carreira de frito...
Acho que os fritos deviam ser esterilizados.
Depois há a tripe, que pode ser muito gira para eles mas não tem piada nenhuma às 9h da matina junto às tendas, para quem se deitou às 6h. Especialmente quando se canta repetidamente (umas 200 vezes) e mesmo muito alto o seguinte refrão, com melodia sportinguista:
Uma silhueta fan-tás-tica
Já só falta uma plás-tica
Anda cá bébé
Vamos fazer Ó-Ó...E quando uma amiga minha o mandou calar, o gajo educadamente tenta resolver as coisas segundo o recomendado no manual dos fritos:
Ele: "Desculpa aí... Queres um ácido? Dou-te um ácido"
Ela: "Não"
Ele: "E meio ácido?"
Ela: "Não"
Ele: "E um quarto de ácido?"
Ela: "Não"
Ele: "E uma migalha de ácido?"
Ela: ...
Ele: "Uma silhueta fan-tás-tica! Já só falta uma plást-tica! Anda cá bébé! Vamos fazer Ó-Ó...!" (mais aproximadamente 517 vezes)
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