2017-11-17

Grilus Falantis Júnior - Ca-dei-ri-nha!


Ontem ao jantar, enquanto falávamos sobre cadeirinhas auto, simples ou inteiras, mete-se na conversa o mái novo:

Manuel: Estavam a conversar sobre o quê?
Eu: Sobre cadeirinhas para o carro e sobre gostarmos muito de ti. E tu, gostas do pai e da mãe?
Manuel: Não!
Mãe: Nem um bocadinho?
Manuel: Só um bocadinho de nada...
Mãe: Então de quem é que tu gostas mais, mais, mais, mais?
Manuel: Gosto mais do vô Tino.

- E pronto. Já não levas cadeirinha nenhuma.

Querido, não mudei a casa



Como está um calor que não se pode, comprei um aparelho de ar condicionado para instalar lá em casa. Apesar das temperaturas sufocantes deste mês de novembro optei por levar apenas a máquina e tratar da instalação posteriormente, para poder comparar preços de várias empresas. Vamos aguentar este calor que nem uns duros.

A Melom, além de ser a empresa do Querido Mudei a Casa, é a que trabalha com a Leroy-Merlin (vocês dizem lerroámérrelãn ou lirói-mérlin? nunca sei...). Pronto, é aquela loja que em Alfragide fica perto do IKEA. Ou será da IKEA? (e diz-se iqueia ou ikéá?) olha, merda para isto das lojas em estrangeiro. Só por causa disso, contactei a Clima Loures, uma empresa cujo nome uma pessoa consegue pronunciar tranquilamente: Climaloures. Até acalma...

Acalma, mas só até me darem o orçamento: 1 dia de trabalho + materiais dá qualquer coisa como €260,00. Na publicidade da Lerróámérrelãn diziam que o valor era a partir de €130,00. Decidi aguardar o orçamento dos "Queridos", mais uma vez calma e tranquilamente. Até que ele chegou:


E chegou com uma patada de força tão grande, que respondi a informar que o aparelho já eu tinha comprado. Mas não, aquele era mesmo o preço da instalação, porque "cenas", e porque iriam demorar cerca de 2 dias. 

Quer dizer, num programa da TVI, para mudar a cozinha toda a uma tia qualquer amiga deles, mais a sala e o quarto dos putos, e entulhar aquilo tudo com velinhas e merdinhas, frigoríficos a cores e LCD's de quarenta milhões de BTU's, demoram um dia...

Já para fazer meia dúzia de furos e um buraco na minha parede demoram dois dias... Dois dias, ali com o senhor maldisposto da Margrés a passar estuque, e com os "Queridos" a fazer tropelias munto engraçadas, ao som daquela musiqueta "tarãn-tata, tarãn-tata, shub-xiua"

Acabei por entregar o trabalho a um senhor que me leva 100 euros, que tem certificado e ainda me certifica que o Gustavo Santos não entrará em minha casa. Saímos todos a ganhar.

2017-11-14

Grilus Falantis Júnior - Baeta


No fim de semana fui com o Manuel cortar o cabelo. Entrámos no salão e acontece isto:

Cabeleireira: Olá! Então, vens para cortar o cabelo?
Manuel: Sim... mas é só para cortar, não é para pintar!

2017-10-25

Estou velho, dói-me o joelho


  Ontem ao final da tarde fui com um amigo buscar o meu filho à escola, e ficámos os três na conversa ao lado de um café que vende cerveja barata e ainda por cima oferece bolachas ao Manuel. Perfeito. De repente aparece uma velha a dizer a uns moços que não podiam estar sentados à porta do prédio. Reconheci a megera: há cerca de um ano ela e o marido tinham implicado comigo e com uns amigos precisamente no mesmo local, porque nos estávamos a abrigar da chuva à porta dela.

  Quis então o destino que, por intermédio das noites mal dormidas das últimas semanas, a velha me viesse agora a encontrar rabugento e sem a paciência de há um ano atrás. Teve o azar de vir novamente implicar com a minha pessoa, sendo que a minha pessoa tinha dormido apenas duas horas. Ralhei (bastante) com a velha e disse-lhe para não me dirigir a palavra. 

"Olhe, chame a polícia."

  Ora hoje de manhã, num cruzamento onde estava um polícia, passam dois carros no vermelho e ficam à minha frente a impedir a passagem. Isto mesmo nas barbas deste inútil, que estava agarrado ao telemóvel, provavelmente no grupo de watsapp "Pela Lei e pela Grei". Ralhei com o homem:

"Shôr agente, então, não se faz nada...?"

Ficou sem saber o que dizer, e meio atordoado lá mandou os carros recuarem. 

- Estava a ver que tinha de chamar uma velha.





2017-10-23

Grilus Falantis Júnior - Comboios


  O Manuel adora comboios, especialmente os que têm chaminé. Se querem ver o Manuel feliz metam-no num comboio. Mas só tipo Lisboa-Algés ou Santa Apolónia-Oriente, porque se for mais do que isso, aborrece-se e quer sair em estações no meio do nada. Ainda assim, ontem aconteceu este diálogo:

Manuel: Eu gosto muito de comboios.
Eu: Ah é? E gostas mais de comboios ou do pai?
Manuel (sem pestanejar): De comboios.

2017-09-13

Grilus Falantis Júnior - Números



Ao jantar, a cada 10 colheres de sopa, o Manuel tem direito a fazer ou a pedir que alguém faça uma piada. Foi uma estratégia inventada ao calhas, mas que funciona. Contamos as colheradas, e à décima ele decide quem diz a piada. Quando é ele, normalmente a piada é um "Púncs!", e quando sou eu saem coisas tão hilariantes como "Carlos". Mas ele ri-se e come mais 10, que é o que interessa... Ontem, em vez de contar em português, a Liliana foi dizendo em inglês:

One, two, three, four...
- Mãe, não é assim!!!
Five, six, seven, eight...
- A mãe não sabe... Isso não é números!
Nine, ten.
- Mãe, tens de ir para a prisão porque estás a sair dos números.

E ele tem razão, foi assim que o Isaltino Morais lá foi parar. A sair dos números. 
Façam cuidado. Façam muito cuidado com o procurador Manuel da Costa Grilo.


2017-07-04

Vícios



E se um drogado for mesmo muito viciado em tecnologia?

Se precisar de partilhar no HTC que está a fumar uma e que o THC já lhe está a bater?

Um gajo que por exemplo já tenha tido, no passado, de abdicar da ADSL para poder comprar LSD, ou vice versa... Estas pessoas podem vir a ter graves problemas com as siglas.

- Especialmente se começarem a misturar as cenas, enfiarem o MDMA na parte de trás da televisão e engolirem um HDMI.


2017-06-29

Grilus Falantis Júnior - Capitão


O meu bébé tem agora 148 semanas. Sim, porque nós, os pais, contamos tudo em semanas.

- Mentira, tive que ir à calculadora do Windows e multiplicar 4 semanas por 37 meses (vai fazer 3 anos em agosto) para saber mais ou menos quantas semanas ele tem. Para ser honesto, perdi a conta logo a partir do primeiro mês de vida. Comecei logo a dizer "epá tem praí um mês e duas semanas, mais coisa, menos coisa". Nunca fui muito bom a Matemática. Mas calculo que por esta altura os meus pais também não digam aos amigos que eu tenho 1862 semanas. Mais coisa menos coisa...

Adiante: ontem estávamos os dois a ver o jogo Portugal - Chile, para a taça das confederações, essa competição que nunca teve interesse nenhum até nós lá estarmos. O Manuel, que em podendo escolhe sempre o outfit t-shirt + cueca, dá nestes preparos uma valente biqueirada numa almofada, que voa do sofá pra fora. Segue-se isto:

"Boa!!! Pareces o Ronaldo em cuecas..."

"- Eu sou o Capitão Cuecas!"

148 semanas. Estou tão orgulhoso.


2017-05-29

Grilus Falantis Júnior - Surpresa


Dizer ao Manuel que temos de parar de jogar à bola com os avós e com o tio, e que tem de ir para dentro do carro, contrariado, dá direito a uma birra de nível 8.3 na escala de Richter. Deu ontem, e deu também este desfecho:

"Buááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááááá!!!"
- Manuel, vamos agora ter com a avó Zé e ela tem uma surpresa...
"Buáá... áaa... aaah... O Manel já está a ficar melhor."

2017-05-26

Grilus Falantis Júnior - Quinta-feira


Na segunda-feira, depois do jantar:

"Eu estou com sono. E tu, Manuel, vais dormir? Daqui a um bocadinho?"

"- Não. Só quinta-feira."

2017-05-22

Grilus Falantis Júnior - Água de Mar


Sentados na toalha debaixo do chapéu de sol, eu e a mãe damos um beijinho. O Manuel olha, ri-se, e diz "Oh... tão quidos!"

É uma ternura. Mas há um ano para cá que anda com um vício: beber água do mar. Sempre que nos apanha distraídos mete-se a engolir água do mar como se fosse a melhor coisa do mundo. Com receio que tanta água salgada lhe fizesse mal, ou pelo menos o deixasse com sede, peguei numa garrafa de água e disse:

- Toma, bebe desta água
"Para quê? Já bebi tanta!"

Grilus Falantis Júnior - Colinho


Ontem ao chegar à praia, depois de tirarmos do carro o Manuel, as mochilas, o chapéu de sol e as toalhas, o almoço dele, os brinquedos e o protetor solar, começámos os três a caminhar na direção da areia. Passados 5 metros:

"Quero ir ao colo"
- Ao colo...? Não vais a pé porquê?
"Ao colo é mais fácil"

Grilus Falantis Júnior - Bigode

Todos os dias quando vai ao café com a senhora que toma conta dele, o Manuel recebe um pão do Senhor António. Na semana passada, foi com a mãe a uma outra pastelaria e pediram um pão. Quando chega o senhor com o pão, pergunta o Manuel:

"É pão do Senhor António?"
- É, pois.
"Oh, esqueceu-se do bigode!"

2017-05-05

Grilus Falantis Júnior - China


Ele: "O Manel quer um ovo com a cara do Faísca Maquín"
Eu: Oh... ovos desses nem sequer há em Portugal...
Ele: "Há na China. Vamos à China, de barco, buscar o ovo do Faísca."


2017-04-28

Nossa! Senhora...



Abaixo deixo três excertos retirados de um PDF disponível online, "Documentação crítica de Fátima: seleção de documentos (1917-1930)". Podem ler só o que está a negrito, que eu sei que vocês são preguiçosos:

"Primeiro viram um relâmpago, levantaram-se e começaram a juntar as ovelhas para se irem embora com medo, depois viram outro relâmpago, depois viram uma mulher em cima duma carrasqueira, vestida de branco, nos pés meias brancas, saia branca dourada, casaco branco, manto branco, que trazia pela cabeça, o manto não era dourado e a saia era toda dourada a atravessar, trazia um cordão de ouro e umas arrecadas muito pequeninas"
(1ª Aparição – 13-5-1917)

"O traje era: um manto branco que da cabeça chegava ao fundo da saia, era dourado da cintura para baixo dos cordões a atravessar e de alto a baixo e nas orlas era o ouro mais junto. A saia era branca toda e dourada em cordões ao comprido e a atravessar, mas só chegava ao joelho; casaco branco sem ser dourado, tendo nos punhos só dois ou três cordões; não tinha sapatos, tinha meias brancas, sem serem douradas; ao pescoço tinha um cordão de ouro com medalha aos bicos; tinha as mãos erguidas; tinha nas orelhas uns botões muito pequeninos e muito chegados às orelhas"
(2.ª Aparição – 13-6-1917)

"Que tinha visto uma mulher pequena 4 vezes, uma em sua casa à noite e três na Cova da Iria ao meio dia; diz ser do tamanho da Albina, filha de António Rosa da Casa Velha ; em casa viu-a à borda do alçapão do sótão, não dizendo nada; estava a mãe e irmãos a dormir e era de noite; na Cova da Iria viu-a em pé em cima duma carrasqueira ; vinha vestida com meias brancas e fato todo dourado; não trazia sapatos; a saia era branca e toda dourada e dava-lhe pelos joelhos; o dourado era aos cordões a atravessar e nos cordões aos biquinhos; casaco branco todo dourado; um manto pela cabeça era branco e todo dourado"
(3.ª Aparição – 13-7-1917)

    - Nem o mais fervoroso dos católicos pode negar as diferenças entre o aspeto da figura da fotografia acima e as descrições que acabaram de ler. Nota-se na pelo texto que Maria saiu à pressa de casa, porque apesar de ir toda arranjadinha, cordão de ouro no pescoço e tudo, não teve tempo de calçar uns sapatos. Ou isso ou escolheu ir de meias para subir à carrasqueira. Um salto agulha vai melhor com uma saia de look casual? Vai sim senhor, mas não tem a mesma aderência a este tipo de azinheira.

    Também apareceu de meias no sótão, mas aí deve ter sido por causa do barulho. Se tivesse aparecido de sapato de tacão alto, acordava a casa inteira e não é com estardalhaço que se avisam as criancinhas sobre os perigos do comunismo que iria florescer na Rússia.

    Depois há a saia pelo joelho. A existir, Nossa (primeiro nome...) é muito mais cool do que querem fazer parecer com aquelas estatuetas. Uma saia daquelas em 1917 deve ter feito furor, mas entre maio e julho faz um calor na zona de Leiria que não é brincadeira nenhuma, pelo que me parece muito mais lógico uma saia pelo joelho do que uma espécie de roupão branco até aos tornozelos com um carapuço. Era a Cova da Iria em julho, não o Covão da Ametade em janeiro.

    Sei que não sou um mago do Photoshop, mas sei colocar em imagem o que me relatam. Vejam lá se esta versão não está muito mais parecida com a descrição da Lúcia, do que aquela boneca que eles têm lá em Fátima:


O pastorinho Francisco está ali a fazer a óbvia pergunta - que se impunha - e que mais ninguém teve coragem de fazer: "Mas... mas... mas e porque é que veio de meias, Nossa Senhora?"


2017-04-21

Grilus Falantis Júnior - Boa educação

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Ontem fomos ao parque, e como o Manuel ia distraído a andar sem olhar para o caminho, avisei-o "cuidado, olha aí o cócó, não pises". Ele passa ao lado, todo contente, olha-o fixamente e diz:

"Olá, Cócó!"

2017-03-28

Aeroporto Cristiano Ronaldo


    Aproveitando o jogo de preparação de hoje entre Portugal e Suécia e a presença de Ronaldo na Madeira, irá ser feita uma espécie de pré-inauguração do novo nome do ainda Aeroporto Internacional da Madeira, lá com umas estatuetas e coiso. Isto significa que da próxima vez que comprarem bilhetes na edreams para o Funchal, vão ter que procurar pelo aeroporto Cristiano Ronaldo. Ah pois é.

    Apesar de achar uma ideia bem foleira, percebo o que o governo regional quis fazer: homenagear o madeirense com maior destaque mundial de sempre. É muito difícil que nos próximos tempos haja um português tão famoso como CR7, e então de uma zona específica de Portugal, ainda é menos provável. E tem vantagens, ninguém se esquece do nome do aeroporto como acontece em Lisboa:

Como é que é mesmo o nome deste aeroporto, pá...? Sá Carneiro? 
Não, esse é o do Porto...
Mas há uma estátua desse gajo ali no Areeiro como quem vai para o aeroporto, não há?
Há, mas não é...
Atão mas esse não foi o que foi assassinado na queda do avião em Camarate, mesmo ali ao lado? Deviam era dar o nome dele também ao de Lisboa...
Sim, mas já deram ao do Porto, o homem nasceu lá...
Ah, já sei o nome, é aquele da avioneta de bronze ali ao pé da torre dos descobrimentos? O que foi de avioneta até ao Brasil!
Não, esse é o Sacadura Cabral... Já descobri aqui na net. Chama-se aeroporto Humberto Delgado.
Mau... mas esse não era o general sem medo? Por que raio é que deram o nome dele?
Diz aqui que ele era general da força aérea e projetou o aeroporto de Lisboa.
Ah bom, ao menos era da força aérea... Mas preferia que fosse o nome do outro. 
Porquê?
Oh... projetar um aeroporto é fácil: alcatrão com fartura, umas casitas para abrigar da chuva, mais uma torre para ver os aviões lá atrás e está feito. E ir de avioneta até ao Brasil? Tá quieto...

    Na Madeira, para mim o aeroporto devia chamar-se ou "Aeroporto Fátima Lopes A Estilista Não A Apresentadora" ou "Aeroporto Internacional Max da Mula da Cooperativa". Esse sim, um madeirense imortal.

Excepto para os países hispânicos. Para esses seria simplesmente "Aeroporto Carlos Cuesta":










2017-03-27

Jeroen quê?



"Não posso gastar o meu dinheiro todo em bebida e mulheres e depois disso ir pedir a vossa ajuda."

    Jeroen é para mim um nome estranho, difícil de memorizar. Dijsselbloem já não só isso. Encaixa noutro tipo de sons. É aquele tipo de barulho que nos deixa apreensivos se estivermos com o carro a trabalhar em ponto morto, ali, tudo normal... trrrrrrrrrrrrrrrr até que de repente se ouve um som tipo DIJSSELBLOEM. - E ficamos muito caladinhos, atentos, a pensar se será falta de óleo ou algum injetor lixado, e e enquanto pensamos sobre isso, pumba, ouvimos outra vez um DIJSSELBLOEM. É um som que chateia, e o mais provável é que nos possa sair caro.

    Por cá, as redes sociais e os media depressa traduziram e simplificaram a frase para "os países do Sul da Europa gastaram tudo em putas e vinho verde". E em termos de traduções é das mais bem esgalhadas que tenho visto. Mudando de verbos para outros com um menor potencial de associação de ideias, quero aqui dizer que apesar de achar que está bem visto, discordo da tradução.

    A quanto é que está o serviço de acompanhantes não tenho ideia, mas no que toca a preços de vinhos, caros amigos, estão na presença de um connaisseur. Não tanto dos vinhos em si, é mesmo mais dos preços. A minha avaliação de um vinho é geralmente "boa cor, taninos fortes e estava em promoção de 50% no Pingo Doce".

- Onde é que eu quero chegar com isto?

   Tenham calma e não me interrompam. É simples: por cá nem o vinho verde é assim tão caro, nem os portugueses recorrem tanto à prostituição como os holandeses. Mas Jeroen tem razão. Gastamos muito com as nossas mulheres, especialmente em cremes e pomadas para elas esfregarem e ficarem gostosas, e uma boa garrafa de tinto fica cada vez mais cara.

Putas e vinho verde? Isso é para meninos... cá no Sul gostamos mesmo é de estourar tudo em Esposas e vinho tinto.

2017-03-14

Princesa Diana



Olha o ca-conteceu
Olha o ca-conteceu
Com a Princesa Diaaaaanaaaaaaaum

Quando ela faleceu
Quando ela faleceu
Por ela todos choraaaaavaaaaaaaaum

Olha o ca-conteceu
Olha o ca-conteceu
Com a Princesa Diaaaaanaaaaaaaum

Diana, princesa Diana
Princesa do povo
Que por ti choraaaaaavaaaaaaaaaaum

Olha o que eu estou dezêndo
Olha o que eu estou dezêndo
É mesmo de realidaaaaaadiii

Ajudava muito os póbri
Ajudava muito os póbri
Se lembrou de Portugaaaaaaliii

Depois é um repeat até ao fadeout. Calma, que isto não foram ofensas, são só nomes em inglês

    Não sei se repararam que não há qualquer tipo de piadola nem neste texto nem no anterior, a fazer pouco dos ciganos. Não porque as músicas não me dêm inspiração, atenção. Estou aqui que nem posso. Gosto muito de me manter vivo, é só isso... É uma cena minha.

    Se o Eurico A. Cebolo leu este blog, certamente que um elemento dos PEC (é só uma sigla, para ser mais fácil de escrever, por favor não me batam) também o poderá fazer. Por isso e porque se pesquisarem "Palácio Estrela Cigana Maldita Onda" no google o primeiro resultado é o deste blog.

Ah, e também porque eles têm esta música:



    Eu próprio também não quero que ninguém volte para a cadeia, especialmente se o crime me envolver a mim. A faixa N.º 9 ali em cima, que deixa bastante claro que não se deve brincar demasiado com o Palácio Estrela Cigana, que isto de matar, às tantas pode ser tipo fumar e não quero arriscar com recaídas.

PS: Por favor não me matem! Obrigado desde já.

2017-03-06

Quid

Já escrevi isto há uns anos e estranho ainda não me terem oferecido milhões de euros para comprarem os direitos de autor, por parte da indústria farmacêutica:


"Quid" era uma excelente marca de uma pomada para hemorróidas.

Quid. 
- Pro quo.

2017-03-03

Bodycombat


    Reentrei recentemente no mundo dos ginásios, do well-being e essas tretas todas. Basicamente a minha única intenção era poder continuar a comer que nem um bisonte e não me parecer com um. Ando há uns 6 meses no ginásio e aquela ideia romântica de vir a conhecer os meus abdominais já me passou. Não vai acontecer, ponto. São abdominais tímidos, recatados e do lar. 

    De qualquer forma, achei boa ideia frequentar uma aula de grupo, em vez de andar só ali a correr no mesmo sítio, a remar em doca seca, ou a fazer ski sem neve. Chamam-lhe "elíptica", mas é claramente uma versão mariconça do biatlo, sem neve e sem a pressão de ar às costas, o que perde muito da graça e sobretudo toda a possível masculinidade.

    De modos que me inscrevi no bodycombat. É um nome pomposo para um treino intenso e concentrado, baseado em movimentos de várias artes marciais, e tal. Como cresci com os ensinamentos do grande sensei Mr. Miyagi, seguido de Jean-Claude Van Damme e de Sylvester Stallone, achei boa ideia ir treinar esta coisa de andar à porrada com a atmosfera. E gostei. Fui há umas semanas e foi porreiro, mas como não tenho muito tempo, continuei nas minhas corridas em tapeçaria rolante, remo a seco e biatlo mariconço. Tudo muito normalzinho até que antes de ontem decidi ir a outra aula de bodycombat:

    Este menino que vos escreve foi feito para muita coisa, mas para andar à porrada, perdoe-me o Mr. Miyagi, pelos vistos não. Andei meia hora a distribuir socos e biqueiradas no ar, e no fim quem ficou todo amassado fui eu. O ar continua ali, todo gasoso, cheio da mania. Eu fiquei com as costas todas inchadas. Decidi ir uma hora mais cedo e fazer um treino normal antes da aula, mesmo à Rocky Balboa, pelo que obviamente depois, ainda a meio da sessão de porrada fingida, já eu estava a ceder como uma vara verde. No fim a professora faz uma contagem dos últimos 10 smackdowns e incentiva a que toda a turma conte com ela.

7

6

5

(eu calado a ver se não falecia com o esforço)

4

3

2

(já quase a desmaiar)

1
     
...toda a gente calada e eu dou o grito, absolutamente sozinho:

 "ZEROOOOO!!!"

- Há muito tempo que não tinha uma plateia tão grande a rir-se de algo que eu disse. Só consegui desabafar um "epá desculpem, mas estava há meia hora à espera que isto acabasse".



2017-02-07

Grilus Falantis Júnior - Papa tonta

Notícias do pequeno almoço de hoje:

Enquanto a mãe vai adicionando a papa em pó ao leite morno no prato, mexendo energicamente com o garfo para misturar, o senhor Manuel, sempre preocupado com a saúde mental das coisas que ingere, reivindica:

"Pára, mãe...! A papa fica tonta!"



O frango que me mostrou o sentido da vida



    Cheguei recentemente à conclusão de que a melhor maneira de nos situarmos, de sabermos quem somos, e em que fase estamos ao certo em determinado momento da vida, não é com horóscopos, signos chineses, ou com Pedros Chagas Freitas. 

- É através do frango. 

   Se repararmos com atenção, e se a nossa família não for vegetariana (se for esse o caso, poderão tentar o mesmo com beringelas, mas acho que não dá o mesmo resultado), o modo como comemos frango permite identificar com clareza não só as fases da vida, como caraterizar a personalidade de um indivíduo. Abaixo fica uma visão pessoal que espero contribua para que o frango possa ser aquilo que verdadeiramente é: um instrumento científico e sociológico de alta precisão.

1. Peito de frango: a primeira infância

    Marca a primeira fase das nossas vidas. Sem ossos a atrapalhar, é usado para as primeiras refeições da criança, e também para as da minha mãe e do meu irmão, que não gostam das pernas nem das asas. Eu e o meu pai sempre gostámos muito de partilhar frango assado lá em casa.

2. Frango assado em festas populares: infância e adolescência

    O olfacto, juntamente com o sabor são, como sabem, os sentidos que produzem as memórias mais duradouras. Podemos não saber definir um sabor, mas sabemos que já provámos aquilo, nem que tenha sido há 20 anos. O cheiro e o sabor do frango assado carregam essa nostalgia. Lembram-nos das festas de aniversário da infância (acompanhados com Pala-Pala) ou das festas populares, já com batata frita verdadeira, ali a pingar óleo Fula, saturado de ser tão bom.

3 . Kentucky Fried Chicken: entrada na faculdade

    Ainda com efeitos secundários de papar muito filme de porrada americano, tardes a fio a absorver a cultura do Tio Sam, fui estudar para Lisboa e descobri que existia um KFC no Colombo. Quando tinha algum dinheiro disponível, havia jantar de gala de frango frito picante com controlo de qualidade duvidoso. O que me valeu nessa fase foi que raramente tinha algum dinheiro disponível.

4. Coxas de frango embaladas: primeiro trabalho

    Já com um local ao qual chamar casa, o par de coxas de frango embalado em palete de esferovite acompanhou bem a dança das primeiras receitas caseiras. São uma espécie de Alunos de Apolo dos frangos: vêm vestidas com um plástico esquisito e brilhante, e por muito que tentemos evitar, reaparecem insistentemente nas nossas vidas.

5. Frango inteiro sem miúdos: a vida adulta

    Há ocasiões em que um gajo tem revelações na vida. A última foi na semana passada no Minipreço da Morais Soares diante de um frango, e bateu-me com força. Tinha no cesto duas paletes de coxas, em desconto. Cada palete por 2 euros. De repente olho para ele e ele se tivesse olhos, olharia para mim com ar sério e carrancudo. Lá estava ele, altivo como só um frango sem miúdos pode ser. Agarrei-o, confiançudo, e li-lhe o preço: 2 euros. Repuz as paletes e meti-o no cesto. 

- Fiquei adulto.

6. Frango inteiro COM miúdos: a velhice

    Um dia vai acontecer. Vou achar-me num talho e considerar boa ideia pedir um frango inteiro com miudezas que aproveitarei para um qualquer almoço de família. Será o frango a mandar-me acinzentar, e é aí que tenho de ter cuidado. Escrevi isto como lembrete, porque julgo ter descoberto o segredo da eterna juventude. 

- Só tenho de me lembrar de nesse dia fugir dali e ir a correr comprar frangos assados.



2017-01-06

Eu uso capacete! (...se quiser)



    Viram o vídeo acima? Se não, vão lá ver que eu espero. São 6 minutos e eu tenho tempo. Vou ali beber um café. E agora? Já está? Ok, vamos lá então:

    No próximo domingo dia 8 de janeiro, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta irá manifestar-se no Terreiro do Paço com vista à "promoção da bicicleta e dos seus utilizadores". O protesto é "contra algumas das medidas presentes no novo Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária (PENSE2020)" onde se antevê um aumento da fiscalização sobre bicicletas e o uso obrigatório de capacete.

    Sou completamente a favor do uso do capacete. Tal como do preservativo. São mais seguros no decorrer da actividade? São, sim senhor. Só não quero um polícia a mandar-me parar porque estou sem um deles. "Sim, senhor guarda, eu sei que é mais seguro... mas não sabe tão bem."

   Além disso, em 30 anos de pedaladas já caí muitas vezes: já escangalhei os dentes da frente contra uma oliveira e já fui a lavrar terra com os queixos quase até Santarém. Podia estar aqui o dia todo a contar as minhas quedas. Curiosamente, nunca em nenhuma delas investi com a cornadura no chão. E mesmo que o tivesse feito, duvido muito que um pedacinho de esferovite igual ao das caixas da Docapesca, pendurado com umas fitas em cima do meu cocuruto, pudesse ter contribuído para minimizar drasticamente os efeitos da queda. Um gajo tem que cair à playmobil para aquilo ter algum uso. E eu nem fui à escola nem nada, mas acho muito complicado um indivíduo cair exatamente assim:

 
    Pode ser exagero meu, que no fundo quero é andar penteadinho na bicicleta (já bem me basta o cabelo à lavrador com que saio da mota todos os dias), mas a verdade é que os capacetes de bicicleta verdadeiramente seguros são os de downhill, com pala e queixeira, como este:


    Claro que ninguém quer aparecer no trabalho disfarçado de Motorrato de Marte. Mas ao menos tem estilo. A maior parte dos capacetes de ciclismo atribuem instantaneamente à pessoa um fabuloso ar de tótó.


    Se a isso juntarmos aqueles óculos de ciclista e um colete refletor amarelo, fica completo o cenário. Depois é preciso um polícia do estilo a fazer "paragens STOP" e a espetar multas em quem aparente ser uma pessoa normal. "O senhor ciclista não apresenta níveis de ridículo suficientes para transitar nesta via, vou ter que o autuar e apreender-lhe a Cansiltra."

    Em resumo, acho muito bem que se use capacete, eu próprio uso quando faço percursos mais acidentados ou se fizer troços em estrada potencialmente perigosos, mas deslarguem-me da mão, pá, não sejam mais papistas do que o Papa. Ponham os olhos nos países nórdicos e legislem com os olhos postos em alternativas aos automóveis. No vídeo acima viram alguém de capacete? Não. E no entanto passaram de 400 crianças a perder a vida nas estradas, para 14.

Se a obrigatoriedade for para a frente, vou fazer jus ao estudo da OMS e usar a bicicleta menos 40% das vezes. E se algum dia algum governo se lembrar de tornar os calções de lycra obrigatórios, aí esqueçam.
    

2017-01-05

Grilus Falantis Júnior - Zizenho






Caros apreciadores das artes visuais figurativas, aqui fica o primeiro desenho (ou zizenho, expressão que o autor prefere) de Manuel da Costa Grilo. Apesar de não assinar as suas obras, numa clara manifestação de desprezo pela propriedade intelectual, uma pungente declaração de fazedor da arte pela arte, Manuel acedeu a comentar o seu zizenho, indicando os elementos pictóricos que a compõem e que podem ver legendados acima.

O motivo em causa é não mais do que o seu próprio animal de estimação, Gato Esteves. A bidimensionalidade ou a falta de perspectiva lembram Pablo Picasso, de resto um dos nomes que Manuel mais tem citado ultimamente nas suas conversas - demasiado - matutinas. A escolha da cor verde em fundo branco parece metaforizar o excesso de cores com que a sociedade consumista do século XXI se auto-bombardeia.

As formas são aveludadas, com um ataque redondo, suave, mas prolongado e com taninos fortes que... Ah, bolas, que confundi outra vez a crítica de arte com a apreciação de vinhos... É que é igual, pá... Desculpem. Não volta a acontecer.

Pronto, está bem, é só um desenho bem catita do meu filho.

2017-01-04

Grilus Falantis Júnior - Vai trabalhar



Hoje, ao deixar o Manuel na ama, com receio que ele não quisesse ficar ou que fizesse birra:

"Xau pai, vai tabalhar pa compá pendas e o Manel abir todas"

- e fecha-me a porta na cara.