2007-12-27

Bicha do Demónio - Especial de Natal



Para quem não viu os vídeos anteriores, da autoria de ForeverNotYours, passem aqui.

Irmãos Catita: Drogado

Descobri o vídeo de uma das minhas músicas favoritas de sempre.

Atentem na obra literária que dá suporte às teclas: Órgão Mágico, por Eurico A. Cebolo, esse mago da música erudita.

2007-12-26

Bermudas



Ouvi agora à hora de almoço que os portugueses que vivem nas Bermudas não puderam renovar os passaportes e consequentemente, passaram o Natal longe da família e da terra natal. Citando o DN, "Os portugueses residentes nas Bermudas sentem-se abandonados e indignados com o governo de Lisboa devido ao encerramento do consulado de Portugal em Hamilton".

EU POSSO RESOLVER ISTO. SOLIDÃO NUNCA MAIS, CAROS IRMÃOS.

O consulado português está fechado desde 2001, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros apenas tem enviado um funcionário de tempos a tempos. Ora isto soa-me a... FÉRIAS. Resolvi prestar o meu serviço à pátria e enviei o meu C.V. com foto e tudo. Nem preciso de edifício para o consulado. Fica aqui o aviso a todos os portugueses residentes nas Bermudas que se eu for nomeado consul, atendo todos os dias das 9h às 19h, no bar da praia da foto acima. Os meus serviços serão pagos em bebidas e tostas mistas.

2007-12-20

Comédia em Estado Puro

Tenho o prazer de vos apresentar Eduardo Mourato, uma promessa da música ligeira portuguesa (que muita gente espera que nunca seja cumprida), emigrante com raízes nos Açores, e um jeitinho especial para fazer figura de otário.

...Tanto em português:




...Como em estrangeiro (aqui, atentem na beleza dos saltos e backflips):




O verdadeiro artista!

2007-12-11

O Padrinho


Ainda na sequência do filme que proponho abaixo, "A Coisa Nuossa, Carago", aqui fica um esboço para a primeira fala, em que Pinto da Costa fala com um gajo que está prestes a ser "limpo":

Pinto da Costa: Estais a falar cumigo? Estais a falar cumigo? Estais a falar cumigo? Então com quem é que estais a falar, c*r*lh*? Estais a falar cumigo? - Só estôu eu aqui, c*r*lh*. Pensais que falais com quem, c*r*lh*?
- Eu num beijo aqui mais ninguém, por isso supuonho que estais a falar cumigo, c*r*lh*...

É a Coisa Nuossa, carago...



Pois é... Quem dizia que em Portugal não havia nada de interessante no mundo do crime, enganou-se redondamente. Já temos Máfia! Finalmente poderemos rodar filmes sobre assassinatos entre gangs rivais, com metralhadoras, explosões e tudo.

Que fixe.

Até os nomes são espetaculares. Ontem foi assassinado "Berto Maluco", à porta de sua casa, onde fazia mudanças. Trabalhava para Aurélio Palha, que foi assassinado há 4 meses, e era suspeito da morte do segurança de Nuno "Gaiato", chefe de um gang rival. Foi morto com uma rajada de metralhadora (desconfia-se que seria uma UZI, daquelas que disparam 600 balas por minuto) enquanto transportava objectos pessoais para a carrinha das mudanças. Querem mais cinematográfico que isto? Ok, eu dou-vos:

O local do crime: n.º 207, Rua da Fonte dos Arrependidos. Só em balas, parece que foram 15 a ser disparadas por tipos encapuzados, de um BMW preto que arrancou em grande velocidade (no filme pode-se acrescentar fumo e fogo e caixotes de fruta pelo ar e aquelas cenas todas).

O Jornal de Notícias acrescenta ainda: Já com "Berto" no chão e sem capacidade de reacção, terá surgido um terceiro indivíduo, oriundo de uma outra viatura, que desferiu mais alguns tiros contra o segurança. Terá sido a forma de se certificar de que ele não teria hipóteses de sobreviver.

E esta: "Berto Maluco"´estava em liberdade condicional, após ter morto um gajo só com um soco na discoteca Number One há uns tempos. Soa a mito, mas segundo JN parece que aconteceu mesmo.

O Porto é a nova Sicília: Sotaque já têm, organização também, e claro, inimputabilidade.  Mas como uma Máfia que se preza, desconfia-se que já tenha alargado o seu âmbito: parece que o empresário da noite José Gonçalves, proprietário da casa "O Avião" - assassinado com um engenho explosivo colocado no seu automóvel, que explodiu em plena segunda circular - era testemunha no caso Passerelle, onde está em causa o tráfico de seres humanos. E adivinhem quem está por detrás da Passerelle...?

- Interesses de um destes gangs, que além de traficar droga, provavelmente está também envolvido no tráfico de mulheres e de armas.


Quero ver este filme. Lançado seguir a "Corrupção" - que não vi em jeito de protesto - este seria a confirmação dos "Thrillers" portugueses baseados em factos verídicos. Viva la Cosa Nostra!!!

2007-12-06

CML: Uma dona de casa em cada Pelouro



Tanta gente sem saber o que fazer à Câmara Municipal de Lisboa, e a resposta é tão simples... A solução para a C.M.L. é colocar uma governanta em cada pelouro. Com uma Dona Ermínia responsável por cada gabinete, não existiriam os excessos e abusos que se verificam e as dívidas não ascenderiam aos 500 milhões de euros. Tudo isto era evitável:

As Donas Ermínias coordenariam todo o dinheiro e só deixavam gastar o essencial. Os almoços, por exemplo, passavam a ser apenas produtos do LIDL. Em cerimónias oficiais poderiam comprar a marca Deluxe, ou ir ao talho comprar uns bifes da vazia.

- "Vinho para os dias de comemorações é de bag-in-box (branco ou tinto, que o preço é o mesmo) e suminho é Tang, daquele em pó que dá para 40 copos."

Quanto a deslocações, as Donas Ermínias venderiam os BMW's e AUDI's todos, e esse dinheiro serviria para pagar algumas dívidas, que elas não gostam "de ficar a dever nada a ninguém". Para compensar o desgosto da perda dos brinquedos dos meninos, elas próprias se encarregariam de ir comprar passes sociais para todos sem excepção.

"Cá estão eles! E para não dizerem que vos trato mal, vejam bem o que lá diz: Sim, sim, L123!!!

Quero que estejam à-vontade se não houver metro. E podem ir a todo o lado aqui ao pé de Lisboa. Sim, porque isto é a Câmara de Lisboa, não precisam de andar aí a laurear a pevide por sítios mais longe que o Barreiro... Para bilhetes da CP para longe ou para o estrangeiro, têm que me dizer antes, para eu ver se pode ser ou não...."

"E a partir de hoje, cada um arruma e limpa o seu gabinete, que isto não é todos a sujar e só uma a limpar"

2007-11-30

Sexta-Feira da Libertação da Fornalha de Fogo

Vinha eu da faculdade, sentado no banco do Metro, cansado depois de um dia de trabalho, quando vejo a luz:



A luz não, a fornalha de fogo... No banco em frente, com a solução para todos os problemas e mais alguns. Ao momento, não tinha grandes problemas, mas resolvi ficar com o folheto caso venha a ter o Lar Destruído, ou venha a padeçer de Olho Grande, ou mesmo de Bloqueio Total.

Depois de analisar atentamente o precioso folheto, cheguei à conclusão de que preciso mesmo de ajuda, pois sofro de um dos males: Audição de Vozes. Não sabia que era um problema, mas comecei a reparar que ouvia vozes, especialmente as das pessoas que iam no metro a falar umas com as outras. Mas fiquei mais calmo quando notei que o horário para resolver maleitas é bastante alargado:

- Às 7 da matina, logo pela fresca;
- Às 10h;
- Às 12h, para quem gosta de almoçar ao mesmo tempo que se livra de Desejo de Suicídio;
- Às 15h, para que a digestão seja mais fácil após a libertação de Visão de Vultos;
- Às 19.30h, para não sofrer de Desemprego, após sair do trabalho.

Incrível é o sentido prático: "marque com um X os seus inimigos para serem destruídos na Fornalha de Fogo" - Impecável. O único problema é que a minha caneta azul não escrevia no papel preto brilhante, e mesmo que escrevesse, não se via. Achei que devia ser obra de um dos meus inimigos, e não fui nessa.

E o mais fixe é que caso precisasse mesmo, ainda ia a tempo de me libertar da Fornalha de Fogo: eram 19h e eu ia a chegar à estação do Campo Grande, e daí até à Alameda era um saltinho. Ainda pensei em passar lá para eles me examinarem, porque aquilo do Olho Grande fez-me espécie... É que eu realmente ando com um olho meio esbugalhado e às tantas foi um dos inimigos de Sadraque, Mesaque e Abede-Negro que me rogou um torçolho.

2007-11-29

Quase andei à porrada com um Hare Krishna



É estúpido mas é verdade. Na semana passada, estava eu descansadinho a despachar uns mails no escritório quando  alguém me arromba a porta (que apesar de estar no trinco, abre, se for empurrada com força) e entra pela sala dentro, com um ar esgazeado. Fico meio parvo a olhar durante uns segundos, levanto-me da secretária e vou direito ao Hare Krishna para lhe mandar uma cabeçada à Cais-Sodré, mas antes digo-lhe "ouça lá, que é isto? - você não pode entrar aqui assim..."
O gajo mostra uma cena que tinha na mão e diz, com um ar completamente alucinado "Mas você sabe o que é que eu trago aqui?" - eu olho e digo "isso são pacotes de incenso, e você vai ter que se por na rua porque não pode andar a arrombar as portas para os vender", e ele "ah, está bem..."

E foi embora tão depressa como chegou...

Juro que nunca nenhum Hare Krishna esteve tão perto de levar uma arrochada... E eu nem gosto de faltar ao respeito lá ao Buda ou o que é...

Olhe, desculpe, queria tabaco para cachimbo de água



Ofereceram um cachimbo turco (narguilé) a um amigo meu, mas não lhe ofereceram o "conduto"... Então resolvi ser amiguinho e ir com ele procurar tabaco com sabor a maçã a uma loja de produtos árabes que conheço. Como ele trabalha num banco, todos os dias está vestido para ir a casamentos, ou seja, ia de fato e gravata, a destoar com o meu ar de sem-abrigo. Entramos na loja, e inicia-se um diálogo mítico:

Eu: Boa tarde, tem tabaco para cachimbo de água?
Dono da loja: Não, não... Errrrr... Não vendemos tabaco...
Eu: (notando um visível nervosismo no homem) Ah, ok... Mas então o que é isto? (enquanto apontava para uma pilha de uns 8 volumes de tabaco onde se podia ler em letras garrafais "APPLE TOBACCO")
Dono da loja: Ah... Isto é para decoração...(enquanto dizia isto, olhava para nós com apreensão e a tentar controlar os nervos) ...Errr... Isto é só para enfeitar... Não vendemos tabaco, não.
Eu: Oh... Ok... Obrigado... E ao saírmos, digo "eh meu, é que eu já comprei aqui deste tabaco... não percebo..."

Enquanto descíamos as escadas de volta para a rua, vemos o homem sorrateiramente (e estupidamente visível) a tentar ouvir a nossa conversa. Aí, vira-se o Ricardo e diz: "Tu queres ver que era por eu vir de fato?"
(Fez-se luz...!)
Eu: É isso, o gajo pensava que isto era uma busca da ASAE... Ele deve ser obrigado a ter licença de venda, por ser tabaco...

- Nunca mais vou procurar tabaco turco com um gajo engravatado ao meu lado. Dá muita cana.

2007-11-27

Bojardas Avulsas II



Quem é que usa a palavra peugada? Quem é que segue as peugadas de alguém? - É estranho alguém seguir as peugadas de um ladrão, não é? A não ser que ele tenha fugido de peúgas pela floresta fora... E isso dói.

2007-11-20

Catchumbe



Convidámos um Shôtôr Especialista para uma entrevista sobre aquele que já foi o mais importante tema de discussão:

As Bolas de Catchumbe.

Grilus Falantis: Shôtôr, o que é o Catchumbe?
Shôtôr: O Catchumbe vem do latim CATCHUMBAMUS e é por isso que ainda hoje em qualquer tasco do país, quando alguém se enerva, não é raro ouvir-se gritar "Oh pá, catchumba-mos!".
Grilus Falantis: Muito bonito. Mas o que é de facto o Catchumbe?
Shôtôr: Os nossos antepassados começaram por fazer bolas de latão e isso era estúpido. E vai daí que alguém roça acidentalmente duas panelas e surge o Catchumbe.
Grilus Falantis: Qual é o aspecto e composição química dessa maravilha?
Shôtôr: Alguém que já tenha dado dois pontapés numa bola já teve a felicidade na sua vida de vislumbrar a parte cinzenta que surge após estar gasto o couro da bola. E isso, meus amiguinhos, é o que os franceses chamam de "Le Catchoumbe". A composição química deste mítico material são duas moléculas de CAT (CAT2) e 44 moléculas de chumbo (Pb44) decorrentes da reação ácido-base gerada à base de pontapé. É por isso que alguns estudiosos denominam este material de "Catechumbo", com O.
A eles, guardo-lhes rancor.
Grilus Falantis: Muito bem. Mas e porque é que este material não é usado no fabrico de outros objectos que não bolas de futebol?
Shôtôr: Tá parvo?
Grilus Falantis: Sim. Mas prossiga, por favor.
Shôtôr: A última vez que se ouviu alguém considerar tal alarvidade foi no Paquistão em 1966, devido à febre do Mundial de Futebol e à escassez de porcelana. Al-Gain, até então professor da Universidade Católica de Islamabad, intentou o uso de Catechumbe no fabrico de um pires de café, o que obviamente resultou na perda de metade de sua cabeça na primeira explosão captada pelo Sputnik do espaço. O professor Al-Gain lecciona presentemente na Universidade Independente.
Grilus Falantis: E como devemos manusear este material?
Shôtôr: Num material tão instável só se pode mexer delicadamente à cabeçada e à biqueirada, daí apenas serem possíveis dois usos para o Catechumbe: Bolas de Futebol de Onze, e Bolas de Futebol de Salão. Naturalmente.
Grilus Falantis: Discordo. E o material dentro das bolas de ténis, não é Catechumbe, shôtôr?
Shôtôr: Largue a mão de ser besta, meu caro. Prossigamos.
Grilus Falantis: Bem... Vamos lá avançar com isto antes que lhe aplique uma cabeçada à Cais do Sodré... Como podemos discernir entre uma bola de Catechumbe e uma imitação?
Shôtôr: Ainda bem que me coloca essa questão. Em primeira instância, em ambiente controlado devemo-nos certificar que ambas são bolas.
Grilus Falantis: E como faz isso, Doutor?
Shôtôr: Primeiramente vemos se uma coisa é uma bola e depois se a outra coisa também é uma bola.
Grilus Falantis: Brilhante!
Shôtôr: Posto isto, deixamos passar 6 horas e observamos de novo. Se continuarem a ser duas bolas então passamos ao estágio seguinte, que consiste em agarrar as ditas e com o ouvido encostado, exercer pressão na bola sem qualquer objectivo aparente.
Grilus Falantis: Muito bem. E depois?
Shôtôr: Posteriormente, bate-se com a bola no chão três vezes encostando-se de novo ao ouvido na expectativa de ouvir um som qualquer, o que acontece frequentemente, seja ela de Catechumbe ou não. Esta operação deve ser repetida intercalada com um "patardo" contra uma parede, avaliando-se de novo o som. Daí, e partindo de uma intuição obscura, deve dizer-se, seguro de si: "isto é de Catchumbe."
Grilus Falantis: Notável... Quer aventar uma explicação para o triste facto de o conceito "Catechumbe" ser transversalmente esquecido por quem tem mais de 14 anos?
Shôtôr: É de facto uma realidade que não podemos escamotear. As razões são algo complexas, e debati-me com elas durante 5 anos e meio, isolado nas montanhas de Freixo de Espada-à-Cinta. Desse esforço resultou esta hemorroidal que não me deixa sentar, e a minha tese de mestrado: "Sexo, Drogas e Catchumbe".
Grilus Falantis: Doutor, estou farto de o ouvir. Voltamos a falar quando eu estiver outra vez bêbedo e me tiver esquecido de convidar alguém para a entrevista. Muito obrigado.
Shôtôr: Pois bem.
Shôtôr: De acordo. Compreendo. Mas... se isto era uma entrevista porque é que tirei as cuecas?

2007-11-16

Moto-Ratos do Campo


Já há uns tempos tinha aqui falado da importância das motorizadas de 50 cc na História Contemporânea do Chamado Portugal Profundo, mas hoje voltei a ter a nostalgia do som de "bater de panelas" daquelas motas do demo.

Hoje venho falar-vos da problemática de "kitar" uma cinquenta e dos seus derivados.

- É já bem sabido que o barulho destas motas não é proporcional à sua rapidez. Uma 50 cc anda no máximo a 100 Km/h e como é óbvio, a alma de campeão das duas rodas do matarruano pede algo mais. Para resolver isto, grunho que é grunho "kita" a sua mota. Ora o que é isto de "kitar"? Consiste em modificar o motor, instalando um "kit" que aumenta a cilindrada e potência para 75 cc ou 80 cc , passando a caranguejola a andar a 120, 130 ou a 140 km/h. Estes "kits" - específicos para cada marca - vêm numa caixinha que não tem livro de instruções nem de contra-indicações, no entanto qualquer labrego sabe - empiricamente, claro - que corre o risco de "colar" a mota. Já lá vamos...

Primeiro, um exemplo prático:

Zé, um eterno insatisfeito com a prestação da sua Sachs Fuego, ouve dizer no café que a mota dele é das melhores para ser "kitada", porque fica "a bombar comó caraças".


Posto isto, arranja um trabalho aos fins de semana, para juntar os 50 contos. Assim que o consegue, monta-se na Sachs Fuego, vai até à oficina e diz "É hoje, cáralhos ma fodam!". O mecânico, ouvindo tão divinas palavras e sem mais perguntas, vai ao armazém buscar uma caixinha de cartão com o poderoso e impressionante "kit". Para comemorar o acontecimento, Zé vai adquirir 16 minis para beberem os dois enquanto a máquina é "kitada".

Passadas 2 horas, o mecânico "dá ao Kick" e... a mota não pega. Mais umas afinações e tenta de novo e ouve-se um profundo...: Trrrrrétééététeé-té-trrré, muito mais forte do que antes. "Está pronta", diz o mecânico orgulhoso, "Vai lá «acelarar» a ver se ela anda como deve ser". Zé, radiante, enfia o "penico" na cabeça, arreganha a fateixa (ri-se, mostrando os seus bonitos dentes. Mesmo lindos, tanto um como o outro.), mete um cigarro ao canto da boca, e arranca a "sacar cavalo" e espalha-se logo ali à frente da oficina. - "Eh cáralho!!! Tá cá c'uma força... até dá coices, a mula!!!".
Levanta a mota do chão e lá vai pelos caminhos de terra batida fora, durante uns bons 20 minutos, sem nunca deixar de se ouvir o ronco do motor, mesmo a 5 km de distância.

Eis que volta, com o capacete a descair para a nuca, de tanta velocidade, e a beata do cigarro apagada, mas ainda ao canto da boca: "Bateu os 130 km/h, pá! - encostou o conta-quilómetros ao fundo!". Paga a dívida e mais umas 20 minis e vai dar umas voltas. Resolve voltar à oficina e por uma "panela e uma ponteira de rendimento", para ver se chega aos 140 km/h. Coisa rápida. Passadas as 20 mini sagres, Zé volta para casa, ao volante da sua poderosa máquina.

"Qual é a graça disto?", perguntam vocês. E em boa hora o fazem. A graça disto ainda está por vir: passado um mês, a tragédia:

Zé espeta-se contra uma oliveira na recta do campo da bola. Fica todo partido, coisa que obviamente não o impede de ir ao café ver o Benfica, ainda com as calças rotas do acidente rodoviário. Aproxima-se um nobre grunho e manda o bitáite: "Atão Zé, a mota andava demais para as tuas unhas?". Zé, triste, de mini sagres na mão e sem tirar os olhos da televisão responde "Colou, pá...", ao que o amigo exclama "Colou!!!? - iiih, como é que foi isso?" "Ia a 140 à hora ali na recta do campo da bola e o motor colou... Não tive hipótese... E olha, o que me valeu foi a oliveira, senão ia ter à ribeira e batia com os cornos na azenha do Ti Manel"

Analisemos então o chamado "colanço":

Pois é, nem tudo é perfeito... Todas as motas kitadas de que tenho memória acabaram sempre por "colar", ou seja, o motor aquece tanto que derrete e "cola", bloqueando imediatamente a roda de trás, o que geralmente acontece à velocidade máxima. A pergunta que se impõe é: se toda a gente sabe disto, porque é que continuam a "kitar" as motas? Será pela adrenalina de nunca saberem bem quando é que vai colar? Porque vai.

Além dos "kits", existe ainda uma outra maneira de por uma mota a bombar, bastante usada nas "competições" caseiras, onde se aposta uma grade de minis: pôr bolas de naftalina "na mistura", ou seja, na gasolina. Isto consegue ser ainda mais estúpido do que a solução anterior: bem mais económica a curto prazo, esta "experiência científica" dá resultados imediatos, fazendo a mota "voar baixinho" durante... uns 10km... Depois pára. Para sempre... Mas ganha-se a grade de minis. E desengane-se quem pensa que estes tipos são os burros da aldeia, esses são outros, aqueles que caem na conversa de "experimenta a pôr areia na mistura, pá, vais ver a mota a bombar".

...Ou aquele gajo de Bragança (que apareceu no Telejornal) que há três anos atrás, numa noite escura, depois de atestar o depósito resolveu verificar se este estava realmente cheio, e para isso acendeu um isqueiro... E pela explosão, viu ele e toda a gente das redondezas que o depósito estava efectivamente cheio. Por incrível que pareça, ficou apenas com queimaduras ligeiras...

2007-11-14

A Bicha do Demónio


Não, desta vez não se trata de José Castelo Branco, mas também não anda muito longe. Descobri no Youtube uma série de vídeos de alguém que se intitula de ForeverNotYours, e fez uma versão abichanada do Senhor dos Anéis. Vejam, que é lindo:

Gandalf Vs Bicha

Gandalf e a Prima da Bicha do Demónio

A Bicha do Demónio 3: A Queda de Lídia

A Bicha do Demónio 4: A Filha sai do Armário

A Bicha do Demónio 5: O Funeral da Bicha

A Bicha do Demónio 6: A Última das Bichas do Demónio

A Bicha do Demónio 7: P.P. A Nova Ameaça

2007-11-12

José Castelo Branco vai fazer um lifting...


...ao seu cão Óscar...

- É triste mas é verdade. O Rei da bichice portuguesa abichanou ainda mais um pouco. Desta vez quem se lixou foi o cão. Depois de recauchutar a pobre Lady Betty e de traumatizar o filho para todo o sempre, aponta agora baterias para o cão, que em abono da verdade já as merecia... O cão deve ter passado belos momentos a ver as cenas estúpidas que se passam naquela casa, e a gozar com toda a gente, mas agora tramou-se mesmo:

Segundo "O Condji", o canídeo sofre de uma terrível sina: tem remelas. E como ele odeia ver o cão com os olhos assim, resolveu fazer um lifting às pálpebras do pobre do bicho... Limpar os olhos ao animal está fora de questão, mas fazer-lhe um lifting, claro que sim. Nem todos os cães têm sorte....

2007-11-06

It's Alive III: Island of the Alive



Este filme americano de classe B é para mim a melhor comédia de sempre, apesar de ser um filme de terror (mais precisamente um terror de filme...). Passou na semana passada na RTP1, às tantas da madrugada, e a verdade é que foi do melhor que já vi no domínio dos filmes extremamente maus (leia-se mal escritos, mal produzidos, mal realizados, mal filmados, etc, etc.). Isto porque de tão mau, dá a volta e passa a genial. Fica aqui um cheirinho do que perderam:

- Só pelo título já podem ver o calibre deste bojarda de classe B: "Está Vivo III: Ilha do Está Vivo"

Como não vi os dois filmes anteriores desta triologia (mas juro que vou comprar a triologia nem que seja a última coisa que faça na vida) só posso falar do filme que a completa. É de 1987, escrito e realizado pelo conhecido Larry Cohen (é conhecido pelos pais, tios e por alguns vizinhos), um mago da estupidez e do non-sense genuínos.

Começa assim:

Ellen Jarvis, mulher de Stephen Jarvis dá à luz um bébé num carro numa rua qualquer. Um polícia tenta ajudá-la mas por azar foi comido pelo bébé Jarvis... Como isto foi chato, o bébé é levado a tribunal, onde Stephen faz uma emocionada defesa do filho. Começa aqui a bonecada:

O bébé Jarvis, à falta de dinheiro para efeitos especiais, foi construído em plasticina rasca, bem como a jaula e as correntes que o impediam de comer a plateia. Claro está que o gajo quando se irritou, torceu as barras de plasticina e atirou-se ao Juíz... Mas o pai lá o acalmou e o Juíz deliberou que o bébé ia ser enviado para uma ilha deserta (!). E lá foi.

A cena seguinte inclui uns caçadores de monstros (só pelo carácter desportivo da coisa) que chegam à ilha de helicóptero. Eram 2 caçadores, um ajudante e o piloto, que fica inteligentemente no helicóptero. Os outros chegam a uma cascata e um deles olha para a enxurrada de água e diz ao ajudante "olha, vai lá subir por aquela cascata fodida para ver se há lá algum caminho" - e o gajo, como não foi à escola, lá vai de boa vontade sem sequer parar para pensar "hummm... caminhos por cascatas de água de 20 metros?". Obviamente, lixa-se. Vem às reboletas até cá abaixo com um boneco de plasticina agarrado ao pescoço (em abono da verdade, diga-se que era ele que segurava o boneco, para este não cair).

Ora os 2 gajos decidem que está na hora de dar de frosques, mas um é logo morto e o outro fica sem um braço. Este último, foge para o helicóptero, claramente com o braço escondido debaixo da camisola e uma molhanga vermelha a escorrer pela manga a fingir que é sangue. Tudo muito bonito, não fosse o piloto decidir "Hmmm... se calhar vou levantar vôo antes de o maneta entrar, só porque sim", e o tipo fica na ilha. O helicóptero levanta e vai voando, até que o piloto leva uma dentada do bébé no colarinho e o helicóptero explode no ar. Isto levanta duas questões:

1 - Como é que o bébé-monstrengo entra para o helicópero, se este tem as portas fechadas e se vê no momento da descolagem que nada nem niguém entra lá para dentro;

2 - Como é que um helicóptero explode no ar só porque o piloto é abocanhado, e porque é que a explosão - que não se vê directamente - arremessa bocados de estores e caixas de fruta pelos ares...

Não importa.

Passados 5 anos, vamos dar com o pai Jarvis a trabalhar numa sapataria e a mandar bitáites aos clientes que se queixam que os sapatos entortam os pés, porque o governo deixou de subsidiar bébés-monstro (Alive's), uma vez que há 6 meses que não nasce nenhum. Chega à sapataria um gajo da polícia e pergunta se Sephen quer ir à ilha tentar trazer um Alive vivo (um Alive alive, em amaricano), já que ele é o único que consegue acalmar o bicho - dado que um é filho dele.

Depois de receber a sua arma com dardos paralisantes - e de a experimentar no gajo que lha deu - lá embarca com os polícias e vão até à ilha, não sem antes cantarem jingles bem estúpidos durante a viagem. Assim que lá chegam, percebem que algo se passa, porque havia uma máscara de mergulho nova em folha no chão (não interessa bem porquê). Chegam à cascata, vira-se um dos gajos e diz "olha, sinto-me sujo, vou tomar uma banhoca aqui nesta cascata" e os outros "está bem". Ora o gajo é morto por um Alive (que agora cresceu e é do tamanho de um gorila). A seguir o Alive corre atrás de uma tipa que ia com eles, e ela naturalmente foge pela mata. O estranho é que quem ia a fugir era precisamente o gajo que tinha acabado de ser morto e não ela... Um pequenito erro de edição.

Depois de alguma carnificina chega-se à conclusão de que existem 5 Alive's e não apenas um. O pessoal que sobrevive foge para o barco, mas quando lá entram reparam que os Alives também embarcaram, e que já mataram o resto da tripulação. O único que acaba por sobreviver é Stephen, que é protegido pelo filho-monstro, que de uma maneira muito ternurenta lhe dá uma cacetada e o manda borda fora. Manda-lhe depois uma porta - que claramente não faz parte daquele veleiro - com aspecto de porta de cofre, mas que, por ser de aço, flutua bem. Quando esta cena acontece, vê-se um navio cargueiro por perto - que seria a salvação do gajo - mas quando ele sobe para a porta e procura o navio, este já não está lá. Isto requer explicação:

- O navio não estava lá porque nunca esteve. A imagem em que aparecia o navio era de outro filme, gravada com outra câmara e noutra altura do dia, colada no filme porque nas filmagens não apareceu nenhum barco por perto...

Bem... A verdade é que Jarvis vai flutuando, safa-se a um tubarão, mas por azar ou má sorte, vai dar à costa em Cuba. Porquê? - Só Deus sabe. É apanhado por militares (que fazem uma imitação extremamente má de um cubano que fala inglês aos berros) que o metem numa maca e o levam por um corredor com uma fotocópia de Fidel pendurada na parede e lhe dizem que Fidel vai "tratar" dele pessoalmente. Esta é uma das partes mais intrigantes deste maravilhoso épico:

- Na cena seguinte, sem mais demoras, Jarvis desembarca num barco de borracha nos EUA, com dois cubanos que o ajudaram a fugir. Um deles dá-lhe uma arma, e Jarvis agradece, despedindo-se só de um deles e ignorando o outro à grande. Posto isto, os cubanos voltam para o barco de borracha e... - voltam para Cuba.

Curiosamente, os Alive's tinham velejado até ao preciso local onde Jarvis desembarcou e entretanto já tinham armado zaragata num bar e escavacado alegremente uns quantos arruaceiros que tentavam bater a uma rapariga. Um deles é agarrado pelo Alive, que naturalmente lhe arranca a cabeça, e que na cena seguinte, quando cai, já é outro gajo, mas com cabeça. Momentos depois, numa outra imagem do pugilato, cai o mesmo gajo novamente, para o mesmo sítio.

Isto desenrola-se durante uns tempos até que a polícia espeta umas quantas balas num Alive que só queria salvar a rapariga (até lhe tinha feito um carinho e tudo...) e lhe diagnostica Sarampo, porque o bicho tinha umas borbulhas.

Entretanto, há um gajo que leva a mulher do Jarvis num Porsche, desse bar para uma casa lá perto. Ela entra e não o deixa entrar a ele, fechando-lhe o portão de 1,50m na cara. Ele fica lixado e tenta abrir mas não consegue (e não se lembra de saltar), voltando para o carro, onde é morto por um Alive.

Ellen Jarvis vai para o quarto e vê uma sombra de um Alive na janela. Como é lógico, manda-lhe com um mini rádio despertador às trombas e o Alive é seriamente atingido, ficando por uns tempos a apanhar bonés. Ela vai à varanda e é puxada pelos cabelos para cima do telhado. Chega Stephen Jarvis - que também não salta o portão de metro e meio - e arromba aquilo, subindo depois até ao telhado, onde curiosamente estão os 5 Alives, incluíndo o que morreu. Passa nas calmas por um deles, mas leva uma tamanha de uma tapona com as costas da mão, caindo e logo depois prosseguindo nas calmas o seu percurso sem sequer olhar para trás, onde o Alive fica imóvel em posição de Michel Preuddhome a defender penalties.

Chega perto da mulher, e percebem os dois que os 5 Alives estão a morrer do Sarampo, e que lhes querem entregar um pequenote. E eles "tudo bem", e fogem da casa - que a esta altura estava cercada pela polícia - sem serem vistos. Para fugirem, recorrem inteligentemente ao roubo do carro de um dos mirones, mesmo atrás dos polícias, que nem se voltaram para ver um carro a fugir de uma cena de crime, com o dono agarrado à porta e a gritar HELP!!!

- E sim, acaba desta maneira o melhor filme de sempre. Tão estupidamente como começou.

2007-10-24

Recebi esta por mail e não resisti:



Marido e mulher dividiam uma garrafa de um bom vinho quando ele diz:
Aposto em como não és capaz de dizer algo que me deixe alegre e
triste ao mesmo tempo.
A mulher pensou 2 segundos e "disparou".....
- A tua pila é maior que a do António !!!

2007-10-19

Nomes Brasileiros vá lá... Estúpidos.





Como sabem, no Brasil não existe qualquer interdição à invenção de nomes, o que dá origem a uma quantidade épica de alarvidades. Já há muito tempo que queria ter feito isto, mas só ontem me lembrei de fazer uma pesquisa séria sobre o assunto. Aqui ficam os melhores:

A
Abecê Nogueira
Adolpho Hitler de Oliveira
Alce Barbuda
Amazonas Rio do Brasil Pimpão
Analgesina Costa Pinto (e é para não ser Aspegic...)
Antônio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado
Antônio Morrendo das Dores
Antônio Querido Fracasso (coitado...condenado à nascença...)
Antônio Treze de Junho de Mil Novecentos e Dezessete
Antônio Veado Prematuro (insultos gratuitos logo no B.I.)
Argonauta Sucupira

B
Bispo de Paris
Boaventura Torrada

C
Carabino Tiro Certo
Chevrolet da Silva Ford
Colapso Cardíaco da Silva (adoro este. vou por ao meu filho)
Cólica de Jesus (e este, à minha filha)

D
Deus é Infinitamente Misericordioso
Deus Quer Magalhães Mota
Deusarina Venus de Milo
Dezêncio Feverêncio de Oitenta e Cinco
Dignatário da Ordem Imperial do Cruzeiro
Dinossauro Carlos da Silva
Diva Gina Santos (notem o trocadilho...)

E
Espere em Deus Mateus
Éter Sulfúrico Amazonino Rios

F
Faraó do Egito de Souza
Felicidade do Lar Brasileiro

G
Gengis Khan Camargo
Graciosa Rodela d'Alho

H
Harry Porter (estes pais além de estúpidos eram burros...)
Hidráulico Oliveira
Himineu Casamentício das Dores Conjugais
Homem Bom da Cunha Souto Maior (bom da cunha, souto maior...)
Hypotenusa Pereira

I
Ilegível Inilegível
Inocêncio Coitadinho Sossegado
Isabel Rainha da Hungria Portugal Silva

J
Jacinto Leite Aquino Rego
Jacinto Leite Capelo Rego
Janeiro Fevereiro de Março Abril
João Bebe Água
João Bispo de Roma
João Cara de José (um desacordo entre o pai e a mãe)
João Cólica
João da Mesma Data (deve ter um irmão que nasceu no mesmo dia...)
João sem Sobrenome
Joaquim Pinto Molhadinho
José Amâncio e Seus Trinta e Nove (este é épico...!)
José Casou de Calças Curtas (momento imortalizado)
José Marciano Verdinho das Antenas Longas

L
Lança Perfume Rodometálico de Andrade (Homenagem a Rita Lee?)
Letsgo
Liberdade Igualdade Fraternidade Nova York Rocha

M
Manoel de Hora Pontual
Manuel Sola de Sá Pato
Maria Constança Dores Pança
Maria Passa Cantando
Maria Tributina Prostituta Cataerva (um tributo a uma prostituta chamada Cata-erva?)
Maria-você-me-mata

N
Naida Navinda Navolta Pereira
Napoleão Bonaparte Sem Medo e Sem Mácula
Natal Carnaval

O
Oceano Atlântico Linhares
Oceano Pacífico
Olinda Barba de Jesus
Otávio Bundasseca

P
Padre Filho do Espírito Santo Amém
Passos Dias Aguiar Mota
Pedrinha Bonitinha da Silva
Placenta Maricórnia da Letra Pi
Plácido e Seus Companheiros
Primavera Verão Outono Inverno
Produto do Amor Conjugal de Marichá e Maribel

R
Remédio Amargo
Restos Mortais de Catarina (da-se...)
Rolando Caio da Rocha
Rolando Escada Abaixo

S
Sansão Vagina
Sebastião Salgado Doce (homenagem ao fotógrafo, mas mais docinho)
Sete Chagas de Jesus e Salve Pátria
Sete Rolos de Arame Farpado
Sherlock Holmes da Silva
Simplício Simplório da Simplicidade Simples
Soraiadite das Duas a Primeira (indecisão entre Soraia e Edite...)

T
Tom Mix Bala

U
Última Delícia do Casal Carvalho
Um Dois Três de Oliveira Quatro

V
Veneza Americana do Recife
Vicente Mais ou Menos de Souza (algo me diz que o sr. Souza não tem a certeza...)
Vitor Hugo Tocagaita
Voltaire Rebelado de França

Z
Zélia Tocafundo Pinto

2007-10-18

Sou um "Quase-Atropelador de Famosos" nato


É já bem conhecida a minha propensão natural para abalroar personalidades conhecidas da nossa sociedade. Há uns tempos ia traçando a deputada Ana Drago no Príncipe Real - e ainda por cima na passadeira...

...Hoje foi o musicólogo Vieira Nery que por pouco não experimentou recostar-se no capot do meu carro. Não que eu seja um condutor perigoso ou desatento... (ok, não vi a Ana Drago, e ela estava na passadeira, mas ela também é pequenina e havia um carro mal estacionado que me impediu de a ver)

À excepção de um velhote que se atirou literalmente do passeio para a frente do meu carro - embate que consegui evitar por milagre - todos os outros "quase-atropelamentos" foram a pessoas famosas. E até não foram muitos mais... digamos apenas que os gatos da poetisa Adília Lopes ainda estão bem tratadinhos porque os travões do meu carro estavam afinados quando ela passava em diagonal a estrada do Hospital D. Estefânia.


Mas o que quero aqui ressalvar é a importância da circulação defensiva dos peões. Rui Vieira Nery é o exemplo a seguir na segurança defensiva dos peões lisboetas. E digo isto porque hoje travei a tempo pela simples razão de que vi o nariz dele à frente do meu carro, e pensei: "wow... vem ali um nariz, é melhor travar porque deve trazer um Rui anexo".

Bojardas Avulsas


Confeitaria Perdigão
Fazemos com o pé o que os outros fazem com a mão.

2007-10-12

Santana Lopes - parlatius interruptus



...Para quem, como eu, não tinha visto na TV.

Não percebo qual é o espanto... No único país no MUNDO onde existem 3 jornais diários sobre futebol (quase exclusivamente), é natural que estas coisas aconteçam... Mas percebo Santana Lopes e repeito a sua atitude, ainda que nunca lhe tenha ouvido sair da boca nada de importante para a política nacional. Para a comédia sim. Para a política não.

As aparições de Fátima e o Ramadão


Caros irmãos tementes a Deus, hoje é inaugurada a novíssima Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima. Ouvi há pouco, no noticiário da manhã, que havia mais gente em volta da capelinha das aparições do que a ver a nova igreja porque - e passo a citar - "aquilo tem lá uma estátua só com uma perna e com uma cabeça triangular", "mas também tem uma estátua do Papa João Paulo II que é munto bunita".

Ora bem: a igreja foi construída com o dinheiro dos crentes (80 Milhões de euros), que segundo sei - e isto é pura verdade - é encaminhado das caixas das esmolas do santuário directamente para enormes receptáculos colocados debaixo da terra, de onde os donativos são recolhidos literalmente "às pazadas". Ora o pessoal dá 80 Milhões de Patacos e recebe o quê? - Uma estátua perneta...? Tá mal.

Um apontamento ainda para a GNR de Fátima, que tem para hoje uma operação especial, Operação Trindade (!!!) que deve ser levada a cabo unicamente por agentes cujo nome tenha uma ligação directa com o catolicismo, do tipo:

Comissária Maria de Jesus
Sargento Moisés
Cabo Espírito Santo
Cabo Belchior
Cabo Mirra



Mas as notícias fresquinhas do mundo das religiões não se ficam por aqui. Hoje é dia 12 de Outubro (Lua Nova), fim do Ramadão para os Muçulmanos, ou seja, fim do Jejum, iniciado na Lua Nova do mês passado.

Portanto, acabam hoje:

- a interdição de comer
- a interdição de beber
- a interdição de fumar
- a interdição de f****

O que me leva a concluir que enquanto os católicos andam lá à volta da igreja nova, chateados com o facto de nem a Igreja Católica acreditar em 3 putos que dizem que viram a Virgem (eu já vi muitas, mas não brilhavam, não andavam em cima de azinheiras nem mandavam bitáites sobre a I Guerra Mundial) e com o facto de 80 Milhões de euros não chegarem para pagar uma estátua em termos, os muçulmanos esperam pelo por do sol para...:

Comer um belo de um bife e arrotar a caril, buber liquidos, ir para a cama com a respectiva (depois de um mês deve ser o delírio), e finalmente, fumar 5 ou 6 cigarros de seguida, ainda na cama - como nos anos 70 - e porventura trincar mais um naco do caril que sobrou do jantar e mandar mais uma queca (ou como ouvi um puto ontem dizer "fazer quecas") só prá sossega.

2007-09-19

Óculos Armane


Como não acredito em Deus, Ele dá-me sempre sinais de que existe, tentanto demonstrar-me que eu devia acreditar na palavra divina. E como é que Ele o faz? - Manda-me cromos baterem-me à porta do trabalho. Desta vez o enviado foi um gajo aí com uns 30 anos, cigano, com um saco na mão.

Ele: Bô tarde, tá aí o responsável?
Eu: Bem, neste momento o responsável sou eu... Diga...
Ele: Podemos ir ali para o gabinete?
Eu: Diga-me lá o que pretende...
Ele: Posso tratar-te por tu?
Eu: ... Sim ... pode...
Ele: Prontos... Como é que te chamas?
Eu: Tiago
Ele: É assim, tenho aqui um negócio que não podes desperdiçar... Óculos de marca que a gente só anda a vender a malta assim com classe.
Eu: Pois, pois, mas eu não quero comprar óculos de sol... Já tenho.
Ele: Mas Carlos, isto é um óculo de marca. Armane! - Vais aquela loja ali e vês o preço: 150 euros.
(trabalho aqui há um ano e juro que ainda não vi nenhum oculista aqui perto)
Eu: Pois, mas deixe estar, obrigado... Eu só compro óculos de 5 euros, e tenho 3 pares em casa para estoirar antes de comprar outros.
Ele: Tu é que sabes o que andas a fazer às tuas vistas!!! Isso cega uma pessoa, sabias?
Eu: Pois, tá bem, mas eu não me importo...

O gajo dá-me uns óculos para a mão e vai-se embora, com um andar gingão.

Eu: Espere aí!!! Tome lá isto!!!
Ele: (volta-se p trás) - Ricardo, dás-me 15 euros e não se fala mais nisso.
Eu: Eh pá não quero, tenho 3 óculos. Passe aí um dia destes que se eu precisar, compro.
Ele: Já não dá, Ricardo, a seguir vou partir para outra, vou agora buscar portáteis e máquinas fotográficas. É pegar ou largar.

E eu obviamente larguei... Ou não me chamasse eu Tiago... Ou Carlos, ou Ricardo ou Buda ou lá o que é.

Mudança de Óleo



Depois de uma viagem de mil e tal quilómetros, reparei que não tinha mudado o óleo ao carro, coisa que devia ter feito há... 4.000 km atrás.... (sou um mago do volante e da mecânica).

Assim, fui ao Carrefour de Telheiras comprar óleo, porque os tipos mudam o óleo à borla. Tirei a senha e depois de esperar um bocado, lá meti o carro no cientificamente denominado "coiso que levanta carros". Sentei-me à espera que terminassem e nisto aproxima-se companhia: um chavalo que lava os carros lá ao lado.

Ele: Posso sentar-me aqui? (eu estava sentado num bloco de cimento)
Eu: (a olhar para mais cinco blocos iguais mesmo ao lado) - Sim, sim...
Ele: Então, está a mudar o óleo?
Eu: Errr... Pois... Tenho o carro ali, com uma mangueira a tirar óleo, por isso sim, penso que estou.
Ele: Ah... - É um Renault Clio?
Eu: Não, é um Mercedes, mas eu disfarço-o assim de utilitário, para niguém ter inveja.
Ele: Então e o óleo, quanto é que deu por ele?
Eu: 70 euros.
Ele: Foooooooooooooogo!!!! Muita caro!
Eu: Sim, mas fui eu que quis, porque o carro tem muitos quilómetros e este óleo é melhor.
Ele: Pois, "fizestes" bem. É a gasóleo?
Eu: Não, é a gasolina que o gasóleo tá caro.
Ele: (sem perceber a piada) Um amigo meu tem um Saxo a gasóleo. Aquilo só leva de primeira!
Eu: O quê!? Que é isso de levar de primeira?
Ele: Só leva óleo de primeira! Da primeira vez ele pôs óleo de segunda, man, e aquilo não puxava nada...!
Eu: Ah...
Ele: NEM A NAMORADA ELE CONSEGUIA LEVAR LÁ DENTRO!!! Só podia andar sozinho.
Eu: Xiiiiiiii...!
Ele: Tá bem que a namorada dele é um bocado GORDA... Mas aquilo com ela lá dentro não puxava nada... Só óleo de primeira é que dá para andar com a namorada lá dentro.
Eu: Meu, a namorada dele deve pesar comó caraças...!
Ele: Pois... É um bocadinho, vá... Forte.

E passados uns segundos sem ninguém falar, o gajo levanta-se do meu bloco de cimento e vai à vidinha dele...

Avante!


No Avante!:

Eu: A segunda coisa que vou fazer assim que chegar a casa é ir direito à casa de banho.
Eles: A segunda? - Então e a primeira?
Eu: Primeiro vou abrir a porta. Não vou cagar à porta de casa.

2007-08-07

O concurso mais difícil de sempre

Este concurso japonês é praticamente impossível de ser ganho...

Consiste em colocar um vídeo do gajo que fala pior inglês em todo o Japão, para ver quem se aguenta sem se rir durante mais tempo. Quem se ri, leva um monumental porradão no traseiro.

Impressionante como é possível alguém resistir a rir. Experimentem.

Eu perdi logo na terceira palavra.

2007-04-02

O que seria do homem sem a mulher?


"Atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher" - Ora aqui está um cliché com curto prazo de validade. É facto que muitos dos grandes vultos masculinos da História contaram com uma grande mulher no backoffice. Ora se as mulheres estão a dar cartas na sociedade contemporânea, não há-de faltar muito para serem elas a "genializar" e o homem a ficar em segundo plano.

Isto é muito bom numa perspectiva de justiça histórica, já que se fizermos um exercício de memória, notamos que há meia dúzia de mulheres que se evidenciaram entre milhares de homens. Injusto, este facto, uma vez que muito provavelmente foram usadas as ideias e invenções de milhares de mulheres. Há casos conhecidos em que foi atribuído o mérito a homens por uma invenções que foram de facto desenvolvidas pelas suas esposas.

O que se passará daqui em diante, agora que as mulheres dominam o meio universitário e científico? - Uma inversão dos papéis, obviamente. Isto leva à alteração da conhecida frase para "Atrás de uma grande mulher está sempre um grande homem" (isto pode ou não ser uma piada de cariz sexual, decidam vocês), o que acarreta uma infinidade de potenciais problemas:

- Colocar sobre o homem a responsabilidade de organizar a vida de uma inventora, escritora, política, etc é perigosíssimo!!! Já pensaram como que será a vida da mulher que descobrir o método para derrotar o vírus da SIDA?

- É a roupa amontoada para lavar aos 15 dias seguidos, são os filhos esquecidos na escola, é a casa numa confusão...
Muito provavelmente, com o seu brilhante sentido de organização de uma casa, o marido é bem capaz de perder o dossier com as conclusões finais e com o "segredo" para cura de uma doença, ou o manuscrito do genial romance...

É triste mas é verdade: Nós não somos organizados. E o mundo vai sofrer com isso.

2007-03-13

Vergonha Alheia

Já todos a sentimos, mesmo que à primeira vista não seja imediato o significado da expressão. A "Vergonha Alheia" é um arrepio, um constrangimento que sentimos ao presenciar uma situação incómoda que acontece a alguém que não nós próprios.

Um bom exemplo são aqueles segundos iniciais dos jornais televisivos, entre o ligar da câmara, do som... e do pivot! Sim, porque parece-me que há alguém responsável por ligar os apresentadores dos telejornais no modo pivot, sempre que começa o serviço, e às vezes só os ligam bastante depois de a emissão ter começado.

Na semana passada, o pivot da SIC perguntava insistentemente para a câmara "A gravata tá direita?... A gravata tá direita?... Epá, a gravata tá direita ou não?" - e eu - sentado à mesa - fiquei com a colher da sopa entre o prato e a boca durante aqueles 10 segundos. Senti aquela vergonha que ao mesmo tempo é puro gozo, uma mistura de "eh pá, que mau..." com "adoro isto!"

Há uns dois ou três dias foi uma pivot da RTP que - entre uma peça e outra - me fica a fitar durante uns bons 20 segundos, à espera que alguém se digne a colocar aquilo no ar. É incrível a sensação que se tem, quase de pânico, a pensar "alguém ajude a mulher, não vêem que está à rasquinha?!" - Ela bem olhava para todo o lado e gaguejava umas sílabas: "aaaahhh... bem...aaahh.... eeeerrrr...."

Terrível.

O mesmo se passa por exemplo com aquela situação típica do "pisar-o-cagalhão-e-ser-o-único-a-não-dar-por-isso", em que notamos que toda a gente reparou menos a pessoa do passo certeiro... Apetece avisar, mas a verdade é que na maior parte das vezes ninguém o faz...

Fica tudo a experienciar a vergonha alheia, essa tosta mista de incómodo e comédia.

2007-01-29

Uma das melhores anedotas de sempre


Uma loira lindíssima ia atirar-se da ponte 25 de Abril, quando aparece
um marinheiro:

Marinheiro: - "Eh, pá, miúda, não faças isso!!!"
Loira: - "Vou atirar-me, a minha vida é uma desgraça!"
Marinheiro: - "Não faças isso! Olha, o meu navio está de partida para o Brasil. Porque é que não vens comigo e pensas melhor? Chegando lá, se tu ainda te quiseres matar, pelo menos ficaste a conhecer o Brasil."

A loira achou a proposta razoável e seguiu com ele para o porão do navio, onde viajaria clandestinamente. Durante duas semanas ele visitava a loira à noite, levava-lhe comida e água e dava-lhe uma queca. Todos os dias, comida, água e pimba.
Um dia, o comandante fez uma inspecção ao porão do navio e descobriu a loira. Ela não teve alternativa senão contar-lhe a verdade:

Loira: - "Sabe, Sr. Comandante, eu estou aqui a viajar para o Brasil, porque um marinheiro salvou-me da morte. Todas as noites ele traz comida e água, e, como agradecimento, eu deixo-lhe dar-me uma queca. Fizemos este acordo até chegarmos ao Brasil. Ainda falta muito para lá chegar?"

Comandante: -"Não sei, menina, mas enquanto eu for Comandante,
este catamaran faz a travessia Barreiro-Terreiro do Paço e volta."

2007-01-25

Famel Zundapp 3



Esta e outras bombas em www.motorizadas50.com/tunning.htm


Duvido que Miguel Esteves Cardoso tenha escrito alguma coisa sobre este baluarte da cultura portuguesa.
É um erro. E digo isto porque não a encontro na Causa das Coisas, onde poderia figurar em perfeito pé de igualdade com os outros objectos.

Urge informar a faixa litoral portuguesa de que o interior do país - mais precisamente a Região Centro - não está bem descrita sociologicamente. Sei de fonte segura que a Zundapp 3 não figura em nenhum relatório nem é alvo de análise sócio-cultural. Vamos então colmatar tão grave esquecimento:

Em conjunto com a Casal Boss ou com a Sachs Fuego, a Famel Zundapp 3 (notem o peso e pujança destes nomes) é em si própria História Contemporânea Portuguesa.
Situemo-nos:

Década de 80: as aldeias e as pequenas vilas de Portugal não são nada sem estas velozes bombas. Enquanto que em Lisboa os meninos queques andam de scooter ou de DT (alguns meninos da aldeia também tinham, mas eram só os ricos), o nós andavávamos de Zundapp, Casal ou Sachs.

Passei ao lado de uma carreira de matarruano, como acabam de perceber. Mas era o único meio de transporte minimamente digno e motorizado que se podia arranjar com os trocos que ganhava a trabalhar no verão. Comprei a minha Sachs com 16 anos.

Biografias à parte, a Z3 (nome querido para FAMEL ZUNDAPP 3) pode ser vista por todo o lado, nas mais variadas tarefas: desde o trabalho do campo até ao motocross pacóvio, na entrada do café ou no campo da bola, atrás da mata ou em frente aos correios. Lá está ela, sempre digna no seu tamanho de porta-chaves.

Facilmente confundível com a Casal Boss, a Z3 contribuiu mais para a História do interior de Portugal do que todas as outras "cinquentas". O seu uso é transversal às faixas etárias, abrangendo o puto estúpido (12, 14 anos), o grunho adolescente (dos 15 aos 17), o calhorda adulto (dos 18 aos 30), o matarruano de meia-idade, e claro, o montanheiro sénior, ou velhote.

Desengane-se quem pensa que estas motorizadas andam apenas a gasolina. Na verdade movem-se com mistura de gasolina aditivada, óleo e álcool. A gasolina e o óleo são atestados no veículo e o álcool, no condutor. Só este composto, ingerido geralmente sob a forma de "mini sagres", e às 24 de cada vez, torna possível o funcionamento do Piloto Automático, sem o qual nunca a viatura tomaria o caminho certo de volta a casa.

2007-01-17

Novo Logótipo da Casa Pia



...Errr... Nem sei como começar...


QUEM É QUE FOI O DESIGNER DESTE LOGÓTIPO????!!!!

- E pior: qual foi o responsável da Casa Pia que aprovou e COMPROU o logótipo ao designer???!!!

Será que sou eu que vejo maldade em tudo, ou aquilo é mesmo um "blowjob" figurativo?

2007-01-15

Futebol


Quem me conhece, sabe que nunca fui um fanático por futebol, e que tenho um talento futebolístico parecido com o talento musical do grande José Cabra... Para mim, futebol a sério é ver o Benfica (sou um bom chefe de família, o que pensavam?) com umas bejecas e uns "mindins" ou uns "tramoços" a acompanhar. Mas não me perguntem quem é o trinco ou o médio esquerdo, que isso não sei nem quero saber... Mas gosto de "ver a bola" num bom tasco.

- Isto porque sou de Mouriscas e não renuncio as minhas origens tavernáculas. Não há nada melhor do que entrar num tasco lá da zona e pedir ao velhote para provar o tinto. Ele saca de um copo de três quase lavado e enche até não dar mais, nós apoiamo-nos sobre o balcão de mármore (cheio de marcas de vinho e com um belo odor a falta de limpeza), engolimos a zurrapa e mentimos: "muito boa, esta pinga, senhor Zé Manel" - e ele oferece o conduto.

Mas isto tudo, embora não pareça, tem que ver com uma questão bem mais bonita: a vitória do Atlético Clube de Portugal sobre o Futebol Clube do Porto e o consequente afastamento dos homens do norte da taça de Portugal. O que me apraz dizer sobre o assunto é só e apenas isto:

O ABRANTES FUTEBOL CLUBE GANHOU NA SEMANA PASSADA AO ATLÉTICO!!!! 1-0 !!!

- Só o FCP é que não os derrota!

2007-01-03

Cármen, ou a bebé mais rápida do Mundo



Imagem retirada de: http://zeoliveira.blogs.sapo.pt

Se fizerem uma pesquisa no Google ou noutro motor de pesquisa qualquer, experimentem a expressão "primeiro bebé 2007". Aparecem uns bebés brasileiros e numa das entradas pode-se ler que a criança nasceu "nos primeiros minutos" de 2007.

Experimentem agora fazer a mesma pesquisa mas só em páginas de Portugal...

"O primeiro bebé de 2007 nasceu na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, às 00:00, é uma menina chama-se Cármen e pesa 2,420 quilogramas, disse à agência Lusa fonte da equipa de pediatria da maternidade."

in Diário Digital

Pois é, os partos, nos outros países de língua portuguesa demoram alguns minutos, sendo que se arrastam das 00.00h até, vá, às 00.15h, suponhamos.

Em Portugal, não. O português nasce à hora certa, com uma pontualidade britânica. À décima segunda badalada, eis que Cármen - com esse nome bem português - decide vir ao mundo. E em boa hora o fez, piscando o olho ao júri do Guinness Book. Se querem saber a minha opinião, parece-me que a pobre Carmencita já tinha nascido, mas às 23.50h. O médico, disfarçadamente, chega-se para a frente e mete a mão na cabeça da desafortunada Cármen, empurrando-a outra vez lá para dentro, e segredando: "Xiu... vais ser a primeira bebé de 2007, deixa-te estar caladinha aí dentro..."